A possibilidade de troca dos vices foi suscitada no último sábado (13) pelo prefeito recém-reeleito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), durante a 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa, em São Paulo. “Tenho o maior respeito pelo vice-presidente Temer, mas não tenho dúvida de que as recentes conquistas eleitorais no Rio, a maneira como a gente vem resgatando a cidade […] colocam o nome do governador como o mais importante do PMDB nacional para fazer chapa com a presidenta Dilma”, antecipou Paes.
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Em um primeiro momento agradecendo pela “lealdade” de Paes, Cabral recorreu ao Twitter para evitar mal estar com a cúpula nacional do PMDB. “Fico muito feliz com a lembrança do meu nome para vice-presidente da República. […] Mas o PMDB já tem na vice-presidência Michel Temer. […] Que tem sido um grande companheiro de jornada da presidenta Dilma. […] E que merece junto com a presidenta se reeleger vice-presidente em 2014. Com o meu total apoio”, contemporizou.
Sorridente depois de três horas de discursos e formalidades, Temer recebeu a abordagem da imprensa com elogios a Cabral. “Ele é governador, tem um espaço extraordinário. Ele sempre terá uma posição de muito relevo, uma figura que prestou inegáveis serviços ao Rio de Janeiro”, declarou Temer, rindo depois de ser instado a responder se as credenciais de Cabral são suficientes para a Vice-Presidência.
Para Temer, a discussão sobre uma eventual renovação de chapa presidencial não está em pauta. E repetiu a postura diplomática em relação ao governador fluminense. “Vou remeter vocês ao twitter do Sérgio Cabral, porque lá ele dá uma palavra definitiva sobre isso. Parece que ele tem reiterado isso com todos. Ele até se antecipou e falou com muitos, dizendo que… enfim, que estava tudo como está”, emendou Temer, negando que o contratempo lhe tenha desagradado. “Imagina, de jeito nenhum. Política é assim mesmo. Se desagradar, não é democrata.”
Senhor Diretas
Presidida pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a solenidade de homenagem a Ulysses teve início pouco depois das 17h, com discurso de abertura de Temer, e foi encerrada quando o relógio do plenário marcava 20h27. A sessão para celebrar Ulysses, um dos fundadores do PMDB, foi articulada pelo senador Sérgio Souza (PMDB-PR), suplente da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
Foi uma sessão repleta de parlamentares peemedebistas, alguns deles colegas Ulysses na Assembleia Nacional Constituinte, como o deputado Mauro Benevides (CE), vice-presidente do colegiado. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, e os senadores petistas Eduardo Suplicy (SP) e Aníbal Diniz (AC), além da senadora Ana Amélia (PP-RS), entre outros, também participaram da cerimônia.
A filha de Ulysses com Mora Guimarães, Celina Campello, e demais familiares também foram homenageados em plenário. Presidente da Câmara em três períodos (1956-1957; 1985-1986; 1987-1988) e da Constituinte (1987-1988), Ulysses sofreu acidente de helicóptero no litoral do Rio de Janeiro em 12 de outubro de 1992, depois de ter virado símbolo da luta popular por eleições diretas. Além dele e de Mora, morreram no desastre o ex-senador Severo Gomes e sua mulher, além do piloto da aeronave. O corpo de Ulysses foi o único a não ser encontrado por equipes de resgate.