O presidente interino Michel Temer (PMDB) determinou o bloqueio de pelo menos R$ 8 milhões dos R$ 11 milhões previstos para serem liberados até dezembro em publicidade para sites considerados petistas pelo atual governo. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, os cortes atingem verbas publicitárias de ministérios e estatais, como a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, destinados a veículos classificados pelos peemedebistas como “instrumento de opinião partidária”.
Segundo a reportagem, deixarão de receber recursos o Brasil 247, o Diário do Centro do Mundo, o Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, o blog do Esmael Moraes, O Cafezinho e o Pragmatismo Político. O jornalista Luis Nassif, que tinha contrato com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para apresentar um programa semanal, também teve contrato suspenso, assim como Sidney Rezende, contratado pela Rádio Nacional.
De acordo com o Estadão, o Planalto preservou a publicidade em veículos considerados apartidários e destinados à promoção de debates de relevância pública. Nessa lista, segundo o jornal, estão o Observatório da Imprensa, que tem previsão de receber R$ 231 mil, e o Congresso em Foco, que – segundo o jornal – tem previstos R$ 940 mil em publicidade de ministérios e estatais.
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Contestação
O financiamento dos veículos de comunicação é tema permanente de polêmica. Em artigo publicado ontem, o criador do Diário do Centro do Mundo, o jornalista Paulo Nogueira, rebateu uma lista divulgada pelo site O Antagonista sobre os recursos destinados, segundo seus autores, a veículos simpáticos ao PT.
“Os sites de esquerda, todos eles somados, receberam em anúncios de estatais federais 11 milhões de reais. Apenas a TV Globo, para ficar num caso icônico mas não único, recebe anualmente 600 milhões de reais da Secom (Secretaria de Comunicação). Isso quer dizer: 60 vezes mais que todos os sites progressistas reunidos. É acachapante quando você pensa em percentuais. Onze milhões de reais representam 0,5% — meio por cento — da verba de publicidade de 2 bilhões de reais da Secom”, critica Paulo Nogueira.
Segundo o jornalista, a política da Secom ignorou um público florescente de pessoas que abominam a chamada grande mídia. “Os números divulgados com alarido criminoso pelo Antagonista mostram exatamente o contrário do que seus editores gostariam que acontecesse. O que houve, na realidade, foi uma absurda discriminação na Secom contra os sites da esquerda na era Lula e Dilma em benefício da mídia plutocrata”, afirma (leia a íntegra do texto no DCM).
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