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Na entrevista, gravada por meio de câmara de celular pelo repórter Gerson Camarotti, Temer diz que o problema central do país é a crise econômica. “É claro que espero produzir algo produtivo para o país. Nesse assunto em particular [crise econômica], estou examinando cada matéria com a colaboração de [Henrique] Meirelles e pretendo logo no início apresentar algo palatável e útil ao Brasil”, enfatizou, referindo-se ao escolhido para comandar o Ministério da Fazenda.
Ainda segundo Temer, outra dificuldade tem sido a redução da quantidade de ministérios. O vice-presidente contou que quer chegar ao número de 27 pastas, mas que, para isso, prevê a supressão de ministérios ligados a áreas sociais, um dos pontos mais questionados por parlamentares do PT e demais adversários. “Como tenho recebido muitas retaliações sobre as questões sociais, estou analisando com calma”, ponderou.
O vice-presidente minimizou o fato de alguns dos nomes especulados para ocupar cargos em seu governo aparecerem na lista de investigados da Operação Lava Jato. “Estamos examinando ainda. Não formalizei nenhum convite. E é importante entender que, em panorama geral, investigação é investigação. Não sei se isso impediria a convocação. Estou examinando esse aspecto ainda, não defini nada a respeito disso”, destacou.
Fator Cunha
Sobre uma eventual ocupação da Presidência da República pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), primeiro na linha sucessória no caso de Temer se ausentar do país, por exemplo, o vice-presidente foi enfático: “Só avaliarei se eu assumir o posto”, finalizou.
Na manhã desta terça-feira o PSDB entregou um conjunto de medidas para participar de um possível governo Temer. O partido pretende indicar ainda um grupo de tucanos para preparar ações imediatas para apresentar ao peemedebista caso ele assuma a presidência. Aécio Neves, presidente nacional da legenda, afirmou que entre as propostas estão o combate irrestrito à corrupção e a responsabilidade fiscal com a União.
O PSB foi na linha dos tucanos e anunciou hoje que seu apoio a Temer também não depende de cargos. O partido manifestou sua posição em reunião com o próprio Temer na sede da Vice-Presidência, no prédio anexo do Palácio do Planalto. Presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira foi ao encontro com o peemedebista acompanhando de líderes do partido na Câmara e no Senado, e a ele entregou um documento listando dez providências com as quais, segundo a legenda, o eventual governo Temer deverá se comprometer.
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