Um dia após a Procuradoria-Geral da República da Suíça confirmar que ampliou a investigação de corrupção na Petrobras para incluir a construtora Odebrecht e outras empresas que atuam em associação com as duas companhias brasileiras em território suíço, a porta-voz do Ministério Público, Nathalie Guth, confirmou que está apurando as suspeitas de que empresas pertencentes à construtora depositaram propina nas contas de antigos dirigentes da Petrobras.
Segundo a representante da Justiça suíça, embora as investigações estejam no início, já há indícios de que o “sistema financeiro suíço foi seriamente afetado pelo escândalo” de corrupção. Guth afirmou que as repercussões do escândalo já extrapolaram as fronteiras brasileiras, envolvendo “muitas pessoas e empresas brasileiras que fizeram transações suspeitas em contas da Suíça.”
Em nota, a Odebrecht classificou como “natural” o processo instaurado na Suíça. Para a empresa, a busca de informações das autoridades suíças é consequência da “grande repercussão do tema no Brasil, decorrente do vazamento de informações com interpretações distorcidas e descontextualizadas”. A construtora afirma ter todo o interesse em esclarecer o assunto e reitera sua intenção de cooperar com as autoridades brasileiras e estrangeiras.”
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A investigação sobre a Petrobras – agora ampliada – foi aberta no país europeu em abril de 2014. Graças à apuração, foram identificadas em bancos suíços 300 contas associadas a pessoas envolvidas na Operação Lava Jato, que, segundo as autoridades, as usaram para movimentar milhões de dólares. Em março deste ano, a Suíça bloqueou US$ 400 milhões dessas empresas e pessoas.
Do total bloqueado, cerca de US$ 120 milhões já foram repatriados ao Brasil. Desse montante, US$ 29 milhões estavam em contas em nome do ex-gerente executivo da Petrobras, Pedro José Barusco Filho. Segundo o procurador da República Renato Silva de Oliveira, o valor bloqueado está relacionado as propinas pagas em desvios em contratos analisados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
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