
Segundo Rose, "falta argamassa" à candidatura de Henrique Eduardo Alves. Por isso, ela resolveu entrar na disputa
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“Tomei essa decisão coloquialmente. Vou cumprir todas as instâncias éticas e políticas antes”, afirmou a peemedebista no início da tarde de hoje, ao sair do plenário da Câmara. A deputada informou que pretende conversar com o vice-presidente da República, Michel Temer, e com lideranças governistas e do próprio partido antes de oficializar a candidatura. A expectativa dela é que a decisão seja tomada até segunda-feira (3).
Por enquanto, Henrique Eduardo Alves é o candidato oficial do PMDB à presidência da Câmara. Seu nome foi oficializado em reunião da bancada federal na tarde de ontem (28). Em 2010, o partido fez um acordo com o PT para eleger Marco Maia (PT-RS) ao cargo no ano seguinte. Em troca, receberia apoio à candidatura de Henrique em 2013. Por enquanto, pelo há menos nove partidos confirmados na sua campanha. O bloco formado por PR, PT do B, PRP, PHS, PTC, PSL e PRTB, com 44 deputados, o PCdoB, com 15, o PT e o PMDB, respectivamente com 85 e 78 deputados.
Efeito Severino
Se oficializar a candidatura, Rose não vai disputar a indicação da bancada. Ela decidiu que concorreria como uma candidatura avulsa, como aconteceu em 2005, quando o PT teve dois deputados na corrida. Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e Virgílio Guimarães (PT-MG) participaram da eleição. E o resultado da divisão tornou-se desastroso.Virgílio, o candidato avulso, perdeu no primeiro turno. E Greenhalgh acabou superado por Severino Cavalcanti (PP-PE) na segunda votação. É dessa forma que a candidatura de Rose, agora, pode acabar beneficiando Júlio Delgado.
De acordo com Rose, a vontade de sair candidata à presidência veio de uma pesquisa feita na Câmara que apontou um grande número de votos em branco para o cargo nos próximos dois anos. Insatisfeita com os rumos tomados pela liderança de Alves na Casa, ela não poupa críticas ao colega. A peemedebista queria o apoio do atual líder para assumir a liderança da bancada a partir do ano que vem.
“Está faltando argamassa [na candidatura de Alves]. Tem uma coisa pessoal. E eu não gosto de projetos pessoais”, disparou Rose. Para ela, “não é democracia” alguém ter 11 mandatos como federal e acumular a liderança por sete oportunidades. “Os parlamentares não são soldadinhos de chumbo [para aceitarem acordo celebrado entre líderes]. A eleição não está pacificada”, afirmou.
PMDB: depois da calmaria, pode vir a tempestade
Por enquanto, Alves tem apenas um adversário conhecido. É Júlio Delgado, atual quarto secretário da Câmara. A candidatura dele era apontada como uma possibilidade real de vencer o peemedebista. Mas sofreu um revés quando o PSD, quarta maior bancada da Casa, retirou a perspectiva de apoio ao socialista. Na semana passada o partido passou a pender para Alves. Mas o PSB ainda continua a negociação com o partido comandado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
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