A campanha do presidente Lula intensifica os ataques às privatizações ocorridas durante o governo FHC e afirma, por meio de nota, que "a privatização da Vale foi péssima para o país".
"As privatizações realizadas no governo de FHC (1995 a 2002) foram feitas sem critérios, apenas dentro de um conceito de desmobilização de ativos públicos, provocando uma desestruturação de parte da infra-estrutura brasileira" ressalta a nota.
Leia a íntegra da nota da campanha de Lula
Por que não valeu privatizar a Vale
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista a CBN, na terça-feira 17 de outubro, disse que a Vale do Rio Doce não teria conseguido os resultados patrimoniais que obteve caso a empresa não tivesse sido privatizada.
A afirmação é falsa, sem justificação alguma. A Petrobras, que continua sendo empresa estatal, teve um desempenho semelhante à Vale do Rio Doce desde o início do processo de privatização, em 1997.
O valor de mercado da Vale do Rio Doce em 1996 era de US$ 9,168 bilhões, e da Petrobras, U$ 14,835 bilhões. A preços de hoje, o valor da Vale do Rio Doce é de US$ 55,721 bilhões, e da Petrobras US$ 89,909 bilhões. Ou seja: a primeira teve seu patrimônio elevado de 1996 a 18 de outubro de 2006 em 12,48 vezes; a segunda, em 12,43 vezes. Caso a Vale ainda fosse estatal, estaria incorporado ao patrimônio da União cerca de US$ 41,1 bilhões, sem falar na parte dos seus lucros que seria distribuída ao Tesouro Nacional.
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Mesmo sem considerar as questões estratégicas do desenvolvimento nacional, a privatização da Vale foi péssima para o país. As privatizações realizadas no governo de FHC(1995 a 2002) foram feitas sem critérios, apenas dentro de um conceito de desmobilização de ativos públicos, provocando uma desestruturação de parte da infra-estrutura brasileira.
PublicidadeEmpresas foram vendidas de forma apressada para cobrir rombos no balanço de pagamentos. Entre 1991 e 2002, a União arrecadou apenas US$ 58,5 bilhões com a venda de 68 empresas, pouco mais do valor que teria recebido se tivesse mantido o controle da Vale do Rio Doce. Os proventos das privatizações foram utilizados no abatimento da dívida interna, uma vez que a equipe econômica de FHC esperava com isso reduzir as taxas de juros, a inflação, e gerar um clima favorável à retomada do crescimento da economia, com a atração do capital externo.
Nada disso ocorreu. Ao contrário, a dívida interna brasileira, que era de R$153,2 bilhões em dezembro de 1994 (equivalente a 30% do Produto Interno Bruto – PIB), saltou para R$ 881,1 bilhões em dezembro de 2002 (equivalente a 55,5% do PIB). Neste período o governo de FHC promoveu uma mudança desastrada no câmbio, expondo o país aos especuladores. O Banco Central queimou US$ 40 bilhões de reservas do Pais procurando, sem êxito, sustentar a cotação da moeda diante de ataques especulativos. As taxas de juros foram elevadas a um patamar de 44% em março de 1999, após o colapso cambial, provocando uma explosão na dívida interna e transformando em pó todo o patrimônio público vendido.
O governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vendeu nenhuma empresa estatal. Ao contrário, estabeleceu para as empresas novos parâmetros de gestão e eficiência, dentro de uma visão estratégica de desenvolvimento econômica do país. Com um papel de sustentar e sinalizar novos investimentos, especialmente em infra-estrutura e insumos básicos, as estatais federais já programaram investir R$ 228,9 bilhões entre 2006 a 2010, como prevê Orçamento Plurianual enviado ao Congresso Nacional.
Assessoria de imprensa
Coligação A Força do Povo
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