Em um vídeo postado em sua rede social no Facebook, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou a proposta em discussão no Congresso Nacional que estabelece a eleição de candidatos por meio de uma lista fechada. De acordo com ele, essa “é uma lei que tem por objetivo evitar que a Lava Jato vá adiante”. Pela proposta que altera o sistema eleitoral, o eleitor vota no partido, que define uma lista pré-ordenada de candidatos a serem eleitos.
Para Fernando Henrique, nesse modelo, o eleitor acaba votando na direção do partido, que é quem decide a composição e ordem da lista. “O povo vai votar em partidos? Quais? O povo nem sabe o nome dos partidos. Não dá para aprovar nada que tenha cheiro de impunidade”, disparou.
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Nesse sistema, dependendo da quantidade de votos, seriam eleitos os candidatos na ordem determinada pelas legendas. A mudança conta com apoio dos presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE); e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Essa é uma forma dos candidatos escaparem da rejeição do eleitor. A intenção dos parlamentares é aprovar mudanças até maio deste ano.
O ex-presidente também defende que partidos que não tenham quantidade mínima de votos percam a representatividade na Câmara, bem como vantagens de partido. “Não tem vantagens na Câmara porque não tem partido. Tentou ser partido”, diz ele, que logo completa: “os nossos partidos hoje, vou falar com franqueza, vão muito mal das pernas. Os políticos todos, estamos mal das pernas. Então, eu não acho que seja o momento de fazer propostas”.
Como alternativa para que haja reforma política, o ex-presidente defende propostas que já estão em tramitação na Casa, como a que proíbe coligação nas eleições para deputado e vereador. “Por quê? Porque você vota em um e elege o outro. […] Os dois partidos se coligam e você não sabe em quem você está votando pelo quórum eleitoral, então é melhor proibir”, afirma.
Na última quinta-feira (16), O relator da Comissão Especial da Reforma Política na Câmara, deputado Vicente Candido (PT-SP), defendeu a proposta e alegou que o sistema atual é centrado no candidato, que percorre grandes distâncias atrás de votos. De acordo com ele, isso privilegia o poderio econômico, dá margem para a adoção de caixa 2 e inviabiliza o financiamento público de campanha.
Assista ao vídeo postado pelo ex-presidente em sua página no Facebook:
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