A irmã do senador Romário Faria (Podemos-RJ), Zoraidi de Souza Faria, foi de R$ 649 mil acumulados em bens em 2014 a R$ 12,4 milhões em 2016. O aumento de 1800% no espaço de dois anos, foi registrado em documentos oficiais, aponta reportagem do jornal O Globo desta sexta-feira (22). Durante o período, a renda mensal de Zoraide era de R$ 4 mil, em média.
Para o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), há indícios de que o senador fluminense lava dinheiro por meio da conta registrada no nome da irmã. Segundo informações do relatório do órgão, revelado pelo jornal ontem (quinta, 21), o fluxo financeiro de Zoraidi é incompatível com o rendimento anual declarado por ela.
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O pré-candidato a governador do Rio de Janeiro tem uma procuração, entregue por Zoraidi, que dá a ele poderes específicos sobre recursos depositados no Banco do Brasil. Segundo o Coaf, a irmã de Romário recebeu R$ 8 milhões em sua conta, entre agosto de 2016 e abril de 2017. As saídas da mesma conta totalizaram R$ 7,5 milhões no mesmo período.
“A movimentação financeira apresenta-se incompatível com a capacidade financeira da cliente (Zoraidi), mesmo considerando a renda de seu procurador (Romário); aparenta pertencer ao procurador e irmão da cliente e nos leva a crer que o mesmo utilize a conta da irmã com o intuito de ocultar sua movimentação.
Um imóvel, comprado por R$ 6,4 milhões em 2016, está registrado no nome da irmã do senador, que pagou a maior parte do valor da casa naquele ano. No mesmo período, Zoraidi ganhou R$ 8 mil em salários. Segundo os documentos oficiais, ela também tem R$ 600 mil guardados, em espécie, em sua casa e R$ 4,8 milhões em previdência privada. A irmã do senador também tinha dois carros de luxo registrados em seu nome, que foram penhorados pela Justiça. Zoraidi também assinou, entre 2015 e 2016, dois empréstimos que totalizam R$ 10 milhões para tentar justificar a evolução patrimonial.
Romário tem dívidas milionárias com credores já reconhecidas judicialmente, mas a Justiça tem dificuldades de encontrar valores e bens em nome do senador, em função das movimentações financeiras por contas que não pertencem oficialmente a ele e pelo registro de imóveis e carros em nome de familiares, como Zoraidi e a mãe.
Ambos não foram encontrados pela reportagem do jornal para comentar o assunto.
Mais cedo ou mais tarde, os ladrões terminam caindo nas garras da justiça pelo exagero na roubalheira. Roubam tanto que não conseguiriam gastar o que roubaram em séculos de vida. Cadeia nele!