O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou na tarde desta segunda-feira (21) os cinco deputados distritais envolvidos nas ações da Operação Drácon, que investiga um suposto esquema de corrupção na destinação de emendas para educação e saúde no final do ano passado. A denúncia coletiva foi apresentada nesta segunda-feira (21) e acusa os parlamentares de corrupção passiva. Se condenados, eles podem pegar até 24 anos de prisão.
Foram denunciados Celina Leão (PPS), Julio Cesar (PRB), Cristiano Araújo (PSD), Raimundo Ribeiro (PPS) e Bispo Renato Andrade (PR). O ex-secretário-geral da Mesa Valério Campos, o ex-diretor do Fundo de Saúde do DF Ricardo Cardoso dos Santos e o secretário da 3ª Secretaria, Alexandre Braga Cerqueira, também são alvos da acusação.
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Procurado, o deputado Bispo Renato afirmou que apenas o seu advogado, Dr. Ticiano, se pronunciará. Já Raimundo Ribeiro informou que “não teve acesso ao teor da denúncia”. Mas, ressaltou que “não existe nenhum elemento, por menor que seja, que indique a sua participação em qualquer irregularidade ou ato ilícito”. Celina Leão, presidente afastada da Casa, afirmou que “não vai se pronunciar, neste momento, porque não teve acesso aos autos”.
Por sua vez, Julio Cesar afirma também que não teve acesso à denúncia, mas “lamenta profundamente a posição do MP que, ao oferecer denúncia, ingnorou o fato de que a investigação, cada vez mais, demonstrava a fragilidade e o absurdos das acusações feitas por Liliane Roriz”. Também procurado pelo Congresso em Foco, Cristiano Araújo não respondeu até o fechamento da reportagem.
Silêncio
O MP se baseou em dois episódios para formular as denúncias. Primeiro, os deputados são acusados de tentar negociar propina com Afonso Assad, da Associação Brasiliense de Construtores (Abrasco), e por um suposto esquema na área de saúde envolvendo emenda de R$ 30 milhões. O empresário, quando foi convocado a depor na CPI da Saúde, na Câmara Legislativa, preferiu ficar em silêncio.
Há também denúncia contra o grupo de distritais por terem, segundo o MP, negociado propina com empresas que fornecem serviços de UTI no DF e tinham dívidas pendentes do governo Agnelo Queiroz. Na negociação com os cinco deputados, de acordo com os promotores, as faturas foram privilegiadas na fila de pagamento do governo e quitadas nos últimos dias de 2015 em troca de vantagens indevidas.
As ações serão analisadas pelo desembargador do Tribunal de Justiça do DF José Divino, relator dos processos relacionados à Operação Drácon. Caso as denúncias sejam aceitas, os deputados serão afastados dos postos até o fim das investigações e os suplentes assumirão os cargos.