Folha de S. Paulo
SNI espionou críticos do governo após a ditadura
Documentos liberados à Folha pelo Arquivo Nacional após 25 anos de sigilo demonstram que o governo do atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), espionou os principais focos de críticas na sociedade civil.
O governo interceptou cartas, infiltrou agentes e produziu listas de nome e endereços dos principais protagonistas da oposição. Criado após o golpe de 64 e mantido por Sarney (1985-1990), o Serviço Nacional de Informações centralizava as informações na chefia do órgão em Brasília, que tinha status de ministério e ocupava sala ao lado da de Sarney, no Palácio do Planalto. Os relatórios revelam os principais focos de preocupação do governo: partidos de esquerda, entidades de trabalhadores rurais sem terra, especialmente o MST -largamente o mais visado dentre todos-, religiosos da Teologia da Libertação, sindicatos e setores da mídia. O SNI recebia e retransmitia relatórios produzidos por inúmeros outros órgãos que formavam a chamada “comunidade de informações” -o arquivo contabilizou pelo menos 248 órgãos que integravam o sistema do SNI.
“Sarney não foi militar, regime sim”, diz autora
A professora do departamento de história da Universidade Federal de Minas Gerais Priscila Brandão Carlos Antunes, autora de “SNI e Abin: Entre a Teoria e a Prática”, disse que a lei que regulava o SNI “tinha uma amplitude muito grande”. Para Antunes, “no final dos anos 80, o SNI passava por um processo de reconstrução de sua identidade. Contudo, a maioria dos seus quadros achava que o inimigo estava na própria sociedade brasileira. (…) O presidente [Sarney] não foi um militar, mas o governo foi”.
Trabalho do SNI era “rotina”, diz general
O chefe do SNI no governo Sarney foi o general Ivan de Souza Mendes (1922-2010), morto em fevereiro último. Em 2002, Mendes recebeu a Folha em seu apartamento, no Rio. Indagado sobre os segredos que poderia deter, brincou: “O que tenho a dizer, você não vai se interessar em publicar, pois já é conhecido. Mas o que você gostaria de publicar, porque é inédito, ah, isso não posso dizer”. Chamando sua mulher à sala como “testemunha”, Mendes contou ter queimado todos os documentos que levou para o apartamento. O então ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, disse que os trabalhos do SNI eram “de rotina”, e que todo governo “do mundo” necessita de um serviço de inteligência para subsidiar as decisões dos presidentes. “O Sarney se valia, sim, das informações do SNI. Mas isso era a rotina, a prática, não havia nada de irregular.” Ele afirmou não ter conhecimento específico sobre “alvos” determinados pelo SNI. “Eu não tinha essas informações detalhadas. O chefe do SNI despachava com o presidente”, disse Gonçalves. Chefe do CIE (Centro de Informações do Exército) por um ano no governo Sarney, o general reformado Sérgio Augusto Coutinho, 78, disse à Folha, em 2009, não se recordar de relatório de análise assinado por ele em julho de 1989 e que tratou do MST. Ele diz que o CIE produzia “conhecimento que pudesse auxiliar o comandante [do Exército] a tomar decisões”.
“Comando paulista” no CNJ levou a atrito Gilmar-Peluso
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes está irritado com atuação de juízes auxiliares do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) nomeados pelo atual presidente do STF e do órgão, Cezar Peluso.
Na avaliação de Mendes, segundo a Folha apurou, esses juízes auxiliares causam “intrigas” entre as gestões dos dois colegas. Essa é a razão da troca de e-mails em tom ríspido entre Mendes e Peluso, revelada ontem pela Folha. Mendes escreveu a Peluso porque tomou conhecimento de que havia sido criticado, na frente dos demais 14 conselheiros do CNJ, pelos gastos do órgão com diárias e passagens do programa do mutirão carcerário -menina dos olhos de Mendes. Para Mendes, segundo a reportagem apurou, os juízes nomeados por Peluso estariam lhe passando “informações equivocadas” sobre sua gestão para causar intriga.
Governo atua para que PT se alie a Roseana no MA
O governo federal interveio para assegurar o apoio do PT à reeleição da governadora Roseana Sarney (PMDB). O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) se reuniu nas últimas semanas com dois dirigentes petistas do Maranhão para tratar do assunto, segundo a Folha apurou. O esforço tem como objetivo rever a decisão do partido no Estado em apoiar a candidatura de Flávio Dino (PC do B) sem a necessidade de uma intervenção. O PT tenta evitar problemas à aliança nacional do partido com o PMDB em torno da pré-candidata Dilma Rousseff. Alexandre Padilha entrou em campo logo após o PT ter decidido por 87 a 85 votos que iria apoiar a candidatura do PC do B, no fim de março.
Nem Lula pode impor alianças, diz líder do PT
O vice-presidente do PT no Maranhão, Augusto Lobato, é um dos críticos das investidas para tentar levar o partido a apoiar a candidatura à reeleição da governadora Roseana Sarney (PMDB). Lobato, que tem 24 anos de militância política, afirma que nem Lula nem ninguém pode impor uma vontade ao partido. “A aliança não é com o PMDB no Maranhão, é com o presidente do Senado [José Sarney]”, afirmou o petista à Folha.
Problema com voz é um dos principais adversários dos candidatos ao Planalto
A campanha oficial nem começou, mas José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Dilma Rousseff (PT) já enfrentam problemas como rouquidão, dor de garganta e até total falta de voz. Em Belo Horizonte, dor de garganta foi um dos temas. Serra havia sofrido dias antes do problema. Marina chegou a cancelar uma agenda por causa de uma infecção. Já a petista tem sido vítima frequente da rouquidão.
País não está pronto para a nova classe média, diz Bolívar
O Brasil não está pronto para a nova classe média. Tampouco esse segmento populacional está devidamente preparado para suas recentes conquistas em termos de mobilidade social. As afirmações são de Bolívar Lamounier, doutor em ciência política pela Universidade da Califórnia e primeiro diretor-presidente do Ipesp (Instituto de Estudos Econômicos, Sociais e Políticos de São Paulo). Em parceria com Amaury de Souza, ele acaba de lançar o livro “A Nova Classe Média” (Campus-Elsevier).
Quase metade dos médicos receita o que indústria quer
Pesquisa mostra que 93% dos profissionais da saúde em SP ganharam de laboratórios benefícios e valores de até R$ 500. Dos médicos que recebem visitas de propagandistas de laboratórios no Estado de São Paulo, 48% prescrevem medicamentos sugeridos pelos fabricantes, informa Cláudia Collucci. Na área de equipamentos médico-hospitalares, o percentual de profissionais da saúde que acatam as recomendações feitas por fabricantes é ainda maior: 71%. Os dados são de pesquisa inédita do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo), que avaliou o comportamento dos médicos perante as indústrias.
O Estado de S. Paulo
PIB do Brasil cresce mais que o chinês
O Brasil deve ocupar o segundo lugar no ranking das maiores taxas de crescimento do mundo no primeiro trimestre, à frente até mesmo da China. O dado oficial só será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira da semana que vem, mas, levando-se em conta as projeções do mercado financeiro, já é possível cravar que o País será um dos líderes em expansão no período. O Itaú Unibanco, por exemplo, estima uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 3% nos três primeiros meses do ano, na comparação com o quarto trimestre do ano passado. É uma das projeções mais elevadas de todo o mercado. Em um cálculo anualizado, ou seja, assumindo que o ritmo se manteria pelo resto do ano, seria o equivalente a crescer 12,6% em 2010.
Sindicatos fazem guerra por filiados, dinheiro e até ‘reserva de território’
A união das centrais sindicais em atos públicos e festivos, como nas comemorações do 1º de Maio e na conferência nacional que acontece amanhã, esconde uma guerra dos sindicatos por reserva de território, filiados e, principalmente, por dinheiro. O objetivo é atropelar os adversários, crescer, e, por fim, garantir o imposto sindical, que gira em torno de R$ 2 bilhões por ano no País. Vale tudo nesse ringue: ameaça de agressão, acusações de ligação com os patrões, boletins de ocorrência na polícia, pressão sobre os trabalhadores, ações na Justiça e denúncias ao Ministério Público.
Hoje ‘amigas’ do Estado, centrais miram na imprensa
Centrais sindicais e movimentos sociais pretendem, com dois vultosos eventos no início desta semana, aprovar reivindicações para cobrar respostas dos presidenciáveis. Sem um alvo preferencial entre os que postulam o Palácio do Planalto, elegeram como inimigo “o principal partido de direita” no País ? “os conglomerados privados de mídia”. Amanhã, a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), composta por CUT, UNE, MST e mais 25 entidades, deve, além de desferir golpes contra a imprensa, ratificar um documento-base a ser apresentado a Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV). Intitulado Projeto Nacional e Popular dos Movimentos Sociais, o texto elogia os “avanços” da gestão petista e classifica a crise do mensalão no governo federal como “tentativa de golpe contra Lula em 2005”.
Dirigentes negam acusações e reforçam ataque a adversários
“Não agredi ninguém. Mas se tiver de gritar, sou mal educado mesmo.” A frase é de Raimundo Miquilino. Aos 60 anos, ele recebe aposentadoria de R$ 2 mil e mais R$ 4 mil para dirigir uma federação. Preside o Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo, que atende dez categorias e ainda briga na Justiça para representar os trabalhadores dos postos de combustíveis do Distrito Federal. Ao receber o Estado na sexta-feira, Miquilino elevou o tom nos ataques aos adversários e ao Ministério do Trabalho, que concedeu o registro para a entidade inimiga. “Não quero ser Medeiros nem Lupi. Quero fazer sindicalismo”, afirma.
Por voto, vale até apoio constrangedor
A cerca de quatro meses das eleições, os dois principais pré-candidatos à Presidência, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), têm um ponto em comum: as alianças nacionais e regionais “envergonhadas”. São aqueles apoios constrangedores, mas necessários para a caminhada eleitoral. Dilma já distribuiu afagos ao ex-governador do Rio Anthony Garotinho, pré-candidato do PR ao governo. Parte do PT não gostou e outra respaldou. Garotinho e sua mulher, a ex-governadora Rosinha Matheus, são investigados por suposto envolvimento em corrupção, como o uso de ONGs para desvio de dinheiro público, entre outras suspeitas. Na quinta-feira, o casal foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio por abuso do poder econômico e uso indevido de meio de comunicação nas eleições de 2008. Se a decisão for confirmada, eles ficarão inelegíveis até 2011. Mesmo assim, Dilma quer os votos de Garotinho, embora caminhe para um apoio oficial à reeleição de Sérgio Cabral (PMDB).
‘Deus me ama, ama Dilma, ama Serra’
A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, participou ontem do culto da Assembleia de Deus em Mogi-Guaçu, no interior de São Paulo, e pediu que os crentes não “satanizem” os adversários nas eleições. “O mesmo Deus que me ama, ama Dilma, ama Serra e ama Plinio (de Arruda Sampaio, do PSOL)”, disse. Marina, que é evangélica, chegou pouco antes das 9 horas e foi homenageada em ato com pastores que representavam cerca de 20 municípios. Ela ouviu a pregação e depois ocupou o púlpito por 40 minutos.
‘Política não é para quem tem ficha suja’
Pedro Barbosa Pereira Neto. Procurador Regional Eleitoral de São Paulo
“Quando a Justiça sinaliza que funciona mal, ela está dizendo para o político de bem que não vale a pena ser do bem”, adverte Pedro Barbosa Pereira Neto, novo procurador regional eleitoral de São Paulo. Ele aponta um “conjunto de fatores” que, em sua avaliação, maculam o processo eleitoral ? fichas sujas, multas pífias (inclusive para quem faz propaganda antecipada), legislação casuística, caixa 2, corrupção, interpretações liberais nos tribunais, impunidade, desigualdade social, miséria. Votos por tijolos. O desafio que o espera não é simples. Pereira Neto terá a missão de conduzir a atuação do Ministério Público nas próximas eleições em todo o Estado, maior colégio do País ? 30 milhões de eleitores que, em outubro, elegerão 94 deputados estaduais, 70 federais da bancada paulista na Câmara, 2 senadores, governador e presidente.
O Globo
Dilma vai colar mais no governo
A estratégia petista de colar propaganda e eventos de governo ao discurso de campanha da pré-candidata à Presidência, Dilma Rousseff, será intensificada. Avaliação interna é de que essa associação foi essencial para que ela voltasse a subir nas pesquisas em maio, fazendo com tranquilidade a chamada “travessia no deserto”, quando deixou o governo em abril e ficou mais distante do governo Lula. A agenda governamental foi retomada de forma mais explícita em eventos recentes. Na sexta-feira, por exemplo, Dilma estava em Chapecó, no Oeste catarinense, como se ainda fosse do governo, como estrela do Encontro de Habitação de Agricultura Familiar, ao lado do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. Lá, os dois divulgaram o Programa Nacional de Habitação Rural, segurando uma maquete. Simultaneamente, o site de campanha de Dilma mostrava o evento. O Ministério das Cidades disse que o programa tem previsão de receber reforço de verbas no PAC-2, lançado por Dilma antes de sair do governo.
Marina pede que não satanizem rivais
Ao participar de um culto evangélico em São Paulo, ontem, a pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, pediu aos fiéis que não “satanizem” seus adversários ao Palácio do Planalto, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Apesar de os discursos que a antecederam terem tido clara conotação eleitoral, Marina disse que não usará a igreja para fazer campanha.
– Eu não quero que façamos qualquer tipo de satanização com aqueles que não partilham da mesma fé em Deus. O mesmo Deus que me ama é o Deus que ama a Dilma, ama o Serra e ama todas as pessoas – afirmou, em visita a uma igreja da congregação em Mogi Guaçu, no interior paulista. – Eu tenho dito que não vou fazer do púlpito palanque. Por isso, fiz questão de falar aqui com a palavra de Deus.
Sem deter a dengue, fácil é culpar o mosquito
Diante de uma rotina de armadilhas e descaso, os 60 mil agentes do batalhão de combate à dengue em todo o país perdem lentamente a guerra contra o Aedes aegypti. Fortalecido pelo crescimento desordenado e pela precariedade do saneamento básico na periferia das grandes cidades, o mosquito amplia a cada ano seu raio de ação e faz crescer a sua lista de vítimas. Desde 1990, o transmissor do vírus da dengue deixou para trás um rastro de 5,8 milhões de infectados, sendo 46% nos últimos cinco anos. Em 20 anos, 1.772 pessoas morreram de dengue no Brasil. Criado na água limpa e parada, e alimentado pelo sangue humano, o Aedes aegypti encontra no calor do país tropical o ambiente dos sonhos: 13,8 milhões de pessoas sem água encanada; 67 mil toneladas de lixo com destinação inadequada e 81% da população vivendo em áreas urbanas. Quatro variantes da dengue já circulam no país, e a violência e a desinformação levam milhares de brasileiros a fechar as portas aos agentes de saúde.
Rio pode ter epidemia no verão, diz ministério
Adormecido nos últimos dois verões, em comparação com a epidemia de 2008, o mosquito da dengue pode retornar com força ao Rio de Janeiro no fim deste ano. O alerta do Ministério da Saúde leva em conta o comportamento do vírus no país em 2010. Responsável pela primeira epidemia do país, em 1986, o tipo 1 voltou com força, com milhares de vítimas nas regiões Norte, Centro-Oeste e em parte do Sudeste. Mas, enquanto Belo Horizonte e São Paulo já sofrem pela presença dessa variante, a cidade do Rio ficou de fora.
Surpresa nas urnas na Colômbia
Contrariando todas as pesquisas de opinião anteriores ao pleito, o candidato governista Juan Manuel Santos venceu com ampla margem de diferença o primeiro turno das eleições presidenciais, realizadas ontem na Colômbia. Santos, que aparecia em todas as consultas empatado tecnicamente com o candidato do Partido Verde, Antanas Mockus, obteve 46,6% dos votos, contra 21,5% de Mockus. Por pouco a votação não leva o candidato do Partido da U ao que, na manhã de domingo, ao votar, ele dizia acreditar: que venceria o pleito ainda no primeiro turno. Como não obteve votação superior aos 50% de votos, necessária para se eleger presidente ontem mesmo, Santos enfrentará Mockus no segundo turno em 20 de junho.
Correio Braziliense
Eurides tinha R$ 100 mil no armário
O resultado das buscas realizadas pela Polícia Federal durante a Operação Caixa de Pandora indica que na bolsa de deputada Eurides Brito não tem miséria. Anda sempre recheada. Alguns dos itens apreendidos pelos policiais em novembro do ano passado e em poder da PF para análise foram maços totalizando R$ 9,8 mil, guardados dentro da bolsa da parlamentar afastada. Imagens obtidas pelo Correio foram registradas pelos agentes, que também descobriram na época o lugar onde a política estocava dinheiro vivo. O cantinho de Eurides é o maleiro do closet no quarto da deputada. No lugar, a PF encontrou uma caixa metálica cheia de dinheiro, notas de R$ 50 e R$ 100 e dólares. Ao todo, os delegados recolheram do esconderijo R$ 84 mil, além de US$ 9 mil. A bolsa de Eurides — de outro modelo daquela em que a então candidata guardou os maços entregues por Durval Barbosa em 2006 — também virou objeto de interesse dos investigadores. Nela, estavam guardados 98 cédulas de R$ 100, segundo o item nº 12 do auto de apreensão da PF.
PF investiga “justiceiros” de Goiás
As evidências da atuação de grupos de extermínio na Grande Goiânia e de acobertamento pelas polícias Civil e Militar dos casos investigados fizeram o Ministério Público (MP) de Goiás pedir formalmente a entrada da Polícia Federal nas investigações sobre bandos especializados em execuções, compostos por policiais civis e militares. O Grupo de Repressão ao Crime Organizado do MP goiano conduz uma apuração mantida em sigilo e, diante das dificuldades impostas pela própria polícia, a PF foi acionada há pouco mais de um mês, numa última tentativa de identificar e prender os responsáveis pelas sucessivas execuções na capital de Goiás. A situação chegou ao limite, o que obrigou os promotores do MP goiano a buscar também o apoio do Ministério da Justiça e da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), ligada à Presidência da República. Pelo menos 24 pessoas — a maioria em Goiânia — estão ameaçadas de morte por policiais que integram grupos de extermínio.
Cabide de empregos para os apadrinhados
Quase a metade dos tribunais de contas dos estados e dos municípios ainda não cumpriu a determinação constitucional de preencher uma das vagas de conselheiro com auditores de carreira. Em vez disso, os espaços são ocupados por apadrinhados de deputados estaduais e de governadores. Há casos de tribunais que sequer criaram o cargo de auditor substituto. Em outros, mesmo existindo a carreira, a vaga entre os conselheiros não é preenchida. Há ainda órgãos que inventam requisitos que a lei não prevê para segurar a preciosa vaga, com salário de R$ 24 mil (veja quadro abaixo com as 10 unidades da Federação em que ainda não há conselheiro a partir da vaga de auditor).
Planalto à espera de Lula
Sem que as obras tenham sido totalmente concluídas — faltam os acabamentos —, o Palácio do Planalto será finalmente entregue hoje ao setor da Casa Civil responsável pela administração das instalações. A reforma, iniciada em março do ano passado, deveria ter sido concluída e apresentada à população no dia do cinquentenário da capital: 21 de abril deste ano. No entanto, os atrasos na execução do projeto ainda vão manter o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe de apoio no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Lula pretende retornar ao gabinete oficial apenas quando estiver funcionando normalmente. Tudo só deve ser normalizado no início de julho. Lula, por exemplo, deve voltar a despachar do Palácio do Planalto depois que retornar da viagem à África do Sul, ao fim da Copa do Mundo. O custo de toda a reforma que, até março de 2010, estava orçado em R$ 84 milhões já chegou, segundo informações do próprio governo federal, a R$ 96 milhões até o momento. Quando as obras forem concluídas, o valor deve ultrapassar a casa dos R$ 100 milhões.
Aposta nos debates
Com tempo reduzido de televisão e orçamento apertado, a pré-candidata ao Planalto Marina Silva (PV) decidiu apostar as cartas nos debates e nas sabatinas promovidas com presidenciáveis. A preparação para os eventos ganhou, nos últimos dias, função de alta hierarquia na pré-campanha da senadora acreana. Ao assumir o microfone durante uma rodada de perguntas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), na semana passada, Marina fez questão de apresentar o time de “preparadores”, escalados para a função de subsidiar a pré-candidata nos debates e sabatinas. O grupo inclui Paulo Sandroni e Eduardo Gianetti, além do empresário Guilherme Leal, vice na chapa verde. O marqueteiro Paulo de Tarso também acompanhou de perto o ensaio.
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