Também estão na lista de denunciados a filha de Dirceu, Camila Ramos; o irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva; o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco e os empresários Milton e José Adolfo Pascovicth.
De acordo com o MPF e a PF, o ex-ministro recebeu dinheiro desviado de obras da Petrobras por meio de sua empresa, a JD Consultoria. A JD foi beneficiada com o repasse de pelo menos R$ 60 milhões. Dirceu, sozinho, teria recebido R$ 11,8 milhões segundo a denúncia do MPF.
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O MPF estima que, por sua participação no esquema, Dirceu pode receber pena superior a 30 anos de prisão. Ele pode ser considerado reincidente já que o ex-ministro também foi condenado por crimes de corrupção durante o julgamento do mensalão. Na época, ele recebeu pena de 7 anos e 11 meses. Ele já cumpriu aproximadamente um quarto da pena.
“É a pessoa número 2 do nosso país envolvida em um esquema de corrupção”, afirmou o procurador da República Deltan Dellagnol. “A Lava Jato revela um governo para fins particulares, com um capitalismo de compadrio, em que o empresário e o agente público buscam benefícios para o próprio bolso”, critica o procurador integrante da força-tarefa da Lava Jato.
Os pagamentos a Dirceu, conforme a denúncia do MPF, ocorreram durante um período de 10 anos, entre 2004 e 2014. Segundo os investigadores, ele foi beneficiado com um “mensalinho” de R$ 96 mil durante dez anos e recebeu R$ 819 mil das empresas investigadas pela Lava Jato enquanto cumpria pena do mensalão.
As operações eram feitas por meio de uma espécie de “banco criminoso” dos empresários Milton e José Adolfo Pascovicth. Após receber recursos desviados da Petrobras por meio de contratos fraudulentos de terceirização de serviços com suas empresas, a Hope, Personal e Consist, parte do valor dos contratos eram repassados à JD Assessoria e, consequentemente, ao ex-ministro José Dirceu.
O ex-ministro também recebeu propina de obras da Petrobras de forma indireta, de acordo com o MPF. Uma reforma em sua residência, em Vinhedo, em São Paulo, no valor de R$ 1,8 milhão também teria sido paga com recursos desviados da estatal.
A denúncia do MPF foi feita com base nas afirmações feitas pelo empresário Milton Pascovicth em depoimentos de delação premiada. Dirceu está preso há um mês na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, em função das investigações da 17ª fase da Operação Lava Jato. Na segunda-feira (31), por orientação de seus advogados, o ex-ministro permaneceu em silêncio durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em Curitiba.
Até agora, o ex-ministro não se manifestou sobre as acusações do MPF.
Confira a lista de denunciados na 17ª fase da Operação Lava Jato
José Dirceu – ex-ministro da Casa Civil
Luiz Eduardo de Oliveira e Silva – irmão de Dirceu
Camila Ramos de Oliveira e Silva – filha de Dirceu
Roberto Marques – ex-assessor de Dirceu
Julio César dos Santos – sócio de Dirceu na JD Consultoria
Daniela Facchini – arquiteta que reformou a casa do ex-ministro.
João Vaccari Neto – ex-tesoureiro do PT
Renato Duque – ex-diretor da Petrobras
Pedro Barusco – ex-gerente da Petrobras
Fernando Moura – operador ligado ao PT
Olavo de Moura Filho – irmão de Fernando Moura
Gerson Almada – executivo da Engevix
Cristiano Kok – executivo da Engevix
José Antunes Sobrinho – executivo da Engevix
Júlio Camargo – empresário, ex-consultor da Toyo Setal
Milton Pascowitch – empresário
José Adolfo Pascowitch – empresário, irmão de Milton
Com informações da Agência Brasil
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