Na reta final da campanha para o primeiro turno das eleições municipais deste ano, as últimas pesquisas indicam que menos da metade dos parlamentares que concorrem a prefeito nas capitais brasileiras chegará ao segundo turno. Dos 37 que estão na disputa, 23 (62% deles) não têm hoje percentuais de intenção de voto suficientes para avançar. Apenas 14 congressistas despontam entre os dois primeiros colocados, segundo as projeções mais recentes.
Isso é o que revela levantamento feito pelo Congresso em Foco a partir das últimas pesquisas realizadas pelos institutos Ibope e Datafolha nas 26 capitais brasileiras. Nas 19 capitais em que há parlamentares candidatos a prefeito, dez caminham para um segundo turno com presença de deputado ou senador: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Luis (MA).
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Confira as pesquisas Ibope e Datafolha nas capitais
Turno único
Nas capitais onde há deputado ou senador na disputa, quatro devem ter o resultado conhecido já no domingo, a julgar pelas pesquisas. Todas com vitória dos atuais prefeitos. Em duas delas, Palmas e Boa Vista, não haverá segundo turno porque a legislação eleitoral só admite nova rodada de votação nos municípios com mais de 200 mil eleitores. É o caso de 24 capitais e outras 53 cidades brasileiras, onde a eleição somente será decidida em primeiro turno se algum dos candidatos obtiver mais de 50% dos votos válidos.
Em Goiânia, o atual prefeito Íris Rezende (PMDB), de acordo com o Ibope, tem percentuais suficientes para se reeleger neste domingo. Ainda segundo as projeções, o prefeito de Teresina, Silvio Mendes (PSDB), também tem grandes chances de renovar o mandato em primeiro turno.
A maioria dos 20 prefeitos que tentam a reeleição, aliás, despontam nas pesquisas do Ibope e do Datafolha. Apenas Gilberto Kassab (DEM),
Governistas na frente
Dos parlamentares favoritos para prosseguir na disputa nas capitais, 11 fazem parte da base aliada do governo Lula e apenas três são da oposição. Dos partidos governistas, PT e PCdoB são, em princípio, os que podem emplacar mais nomes no segundo turno. Às vésperas da votação, o partido do presidente Lula aposta suas fichas nas deputadas Fátima Bezerra, em Natal (RN), e Maria do Rosário,
Rosário disputa com a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) uma vaga no segundo turno contra o prefeito José Fogaça (PMDB), que tenta renovar seu mandato à frente da capital gaúcha e aparece na dianteira das pesquisas.
Outro comunista com chances de avançar para o segundo turno é o deputado Flávio Dino, que concorre à prefeitura de São Luís.
A oposição tem dois representantes do DEM – ACM Neto, em Salvador (BA), e Mendonça Prado, em Aracaju (SE) – e o deputado Fernando Gabeira (PV), que, apesar de ser filiado a um partido da base aliada, se posiciona sistematicamente contra o governo Lula.
Disputa embolada
Segundo o Datafolha, Gabeira está empatado tecnicamente com o senador Marcelo Crivella (PRB). Os dois disputam a vaga com o ex-deputado Eduardo Paes (PMDB) para chegar ao segundo turno no Rio. Pelo Ibope, porém, a corrida final será entre Crivella e Paes.
A discrepância de dados não se restringe à capital fluminense. Em Salvador, as projeções variam conforme o instituto de pesquisa. O Ibope traz o deputado ACM Neto (DEM) na liderança, com 28% das intenções de voto, seguido do atual prefeito, João Henrique (PMDB), e do deputado petista Walter Pinheiro, ambos com 20% das intenções. Já na análise do Datafolha, João Henrique lidera (25%), seguido de ACM (24%) e Pinheiro (22%). Em ambos os casos, há segundo turno, com empate técnico.
De carona, também podem chegar ao segundo turno nas capitais três deputados, que concorrem a vice-prefeito. São eles: Aldo Rebelo (PCdoB-SP), vice de Marta Suplicy (PT),
Ao todo, 89 parlamentares concorrem a prefeito ou vice nestas eleições municipais. Levantamento divulgado em setembro pelo Congresso em Foco revelou que 54 deles têm problemas na Justiça (leia mais). Outra pesquisa publicada ontem (2) pelo site apontou a situação judicial de todos os 178 candidatos a prefeito nas 26 capitais brasileiras. Há pendências judiciais contra 86 deles (confira).
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