O ex-presidente Lula afirmou que os petistas presos no mensalão não são da sua confiança. O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou por corrupção e outros crimes grandes figuras do PT como o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro Delúbio Soares e os ex-deputados José Genoino e João Paulo Cunha. Lula afirmou que o julgamento será “recontado” e que ele “teve praticamente 80% de decisão política e 20% jurídica”.
Em entrevista à rede de televisão portuguesa RTP, levada ao ar neste domingo (27), o ex-presidente interrompeu a jornalista Cristina Esteves quando ela questionou-o sobre pessoas de sua confiança que foram presas. “Não se trata de gente da minha confiança. Tem companheiros do PT presos, eu indiquei seis pessoas da Suprema Corte que julgaram e acho que cada um cumpre com seu papel”, afirmou Lula. “Não houve mensalão.”
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O ex-presidente não foi acusado no processo do Supremo. “O que é importante é que quando uma pessoa é honesta e decente, elas enxergam é nos olhos. Não adianta dizer que o Lula pratica qualquer ato ilícito porque o povo me conhece”.
Veja a entrevista de Lula à RTP
Lula criticou o resultado do julgamento do mensalão. E reafirmou que a história do caso vai ser “recontada”. “O povo é mais esperto que algumas pessoas imaginam.” Para o petista, o objetivo do processo era fazer um “massacre que visava a destruir o PT”, mas isso não aconteceu.
Copa e protestos
Na entrevista, Lula minimizou as queixas de gastos com a Copa do Mundo e dos protestos de junho. “A gente não faz a Copa do Mundo pensando em dinheiro. A Copa é o encontro de civilizações”, disse ele.
O ex-presidente disse que o motivo dos protestos é um desejo natural de melhoria de vida das pessoas. “Porque o povo quer mais. Ah! Assim é a humanidade. Se hoje você come contrafilé, amanhã você quer filé”, afirmou Lula. “Acho extraordinário que o povo queira mais. Instituiu-se no Brasil o padrão Fifa. Eu quero escola padrão Fifa, transporte padrão Fifa. Eu acho ótimo”.
Ele disse que haverá segurança para atletas e turistas durante a Copa, mesmo com protestos. “Deixa o povo ir pra rua: não tem nenhum problema”, afirmou ele. “É um povo indo pra rua protestando e outro povo indo pra rua para ver o jogo.”
Cabo da Dilma
O ex-presidente reafirmou que não será candidato, que vai ser cabo eleitoral de Dilma Rousseff nas próximas eleições. “Ela vai ganhar as eleições”, garantiu.
Lula afirmou que denúncias de corrupção como o mensalão, irregularidades na Petrobras e outros problemas levantados não ameaçam a reeleição de Dilma.
Problemas na economia não existem, afirmou Lula, o que facilita a campanha da atual presidenta. “Acho engraçado algumas revistas estrangeiras dizerem que o Brasil não está bem”, afirmou Lula. Ele enumerou conquistas dos 11 anos de governo do PT, como crescimento da classe média e do emprego, redução do número de miseráveis, aumento da quantidade de passageiros de avião, estudantes universitários e de consumo de automóveis.
China
Lula entendeu que o Brasil perdeu oportunidades para a China durante privatizações de empresas portuguesas. Ele espera que, nas próximas vendas, os empresários brasileiros venham “com força”. Para isso, ele defende que o governo do Brasil conceda empréstimos para garantir esses negócios.
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