Gilberto Kassab *
Desde seu nascimento, já no primeiro dia do seu registro no TSE, estava expressa no nosso site a convocação para nossos filiados: participar, sugerir e decidir. Não era um acróstico, era um rumo. Era um chamado não apenas para inscrição de filiados, mas para o debate de ideias e caminhos para o Brasil avançar. E o PSD saiu a campo, submetendo seu programa, apresentando suas ideias e seus princípios em várias capitais. Nossa fundação, fórum de discussão pública e permanente, iniciou e segue ativamente até hoje esse debate – via internet, redes sociais, com participação, pesquisa e votação popular. Foram dezenas de seminários, conduzidos e mediados por nossas principais lideranças nacionais. Discutimos os rumos do PSD, discutindo o Brasil.
Está tudo no nosso site. Documentado. Sabíamos que era um caminho longo, difícil. A criação do PSD enfrentou a reação dos partidos que se sentiram ameaçados com nossa participação democrática. A mídia foi severa, como lhe cabe. Sobrevivemos, já enfrentamos uma eleição. Como em todo processo eleitoral democrático, houve vitórias e revezes. Fomos fiéis aos nossos compromissos e alianças, que precediam até a formação do PSD. Fizemos, sempre com transparência, as alianças partidárias regionais na disputa das últimas eleições. Fomos e estaremos sendo criticados, ora à esquerda, ora à direita – num mundo globalizado em ebulição, com economia de mercado, em que as ideologias são marcos, referências, e todos os partidos, de um lado e de outro, estão à procura de explicações e de um norte.
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O PSD nasceu expondo a necessidade de reformas, sugerimos então, e tentamos discutir, uma Constituinte para levá-las adiante. Falamos, também, em reforma tributária. Novamente essas iniciativas estão aí, registradas, nos nossos pronunciamentos e documentos de intenção iniciais. Fomos à luta, fizemos coligações, demos apoio a projetos relevantes para o país, sempre também procurando contribuir, apontando alternativas, caminhos diversos, soluções regionais, trazendo assuntos e problemas para, dialeticamente, enriquecer o processo político, o diálogo e os avanços administrativos.
Vivemos um momento complexo e estimulante, muito discutido, debatido e que ainda deixa perplexos analistas de todas as tendências. Uma quadra desafiadora, que deve ser encarada pelos partidos – e assim o é pelo PSD – como um alerta, um verdadeiro tsunami que tira legislativos, administrações e governos da letargia. E mostra para os poderes da República, sem exceção, que é preciso inovar, fazer mais, mais bem feito, mais rápido, fazer com ética e com mais critério.
O PSD defende as instituições, a democracia participativa, as liberdades – entre elas, a da imprensa, também desafiada pela revolução que está nas ruas. Os brasileiros prometem continuar expressando suas insatisfações e agruras, suas necessidades do dia a dia, da vida real, essa que acontece nas cidades, nos bairros e na casa das pessoas. Nas ruas e avenidas por onde desfilam com suas bandeiras.
O PSD, com transparência, vai seguir trazendo, dos quatro cantos do Brasil, os problemas concretos que afligem os que s e manifestam, cansados, contrariados, ou, pior: desiludidos com obras que não andam, com a segurança insuficiente, com a saúde que claudica, a educação que precisa avançar mais, com a mobilidade urbana. Reclamam, denunciam, exigem soluções urgentes.
A nossa é uma contribuição partidária leal, crítica, que aportará esforço e trabalho consequente em todas as frentes. Não é hora de buscar culpados, as pesquisas já apontam isso em todos os níveis de governo. É hora de, com humildade, reconhecer que todos precisamos acelerar. Trabalhar duro, buscar consensos. Devemos isso aos nossos eleitores. Os manifestantes, jovens, brasileiros de todas as idades, já estão acelerando.
O PSD conclama seus filiados e suas lideranças a participarem da mesma marcha, com a consciência de que devemos, precisamos estar à frente da multidão que está nas ruas. Não há mais tempo a perder, o Brasil e as instituições, íntegras e revigoradas, precisam de nós. Urge acertar o passo, ouvir, entender, buscar respostas para o clamor das ruas. Esse é um processo permanente. É nosso dever propor rumos, traçar estratégias de desenvolvimento, fazer escolhas, estabelecer prioridades, com a velocidade e responsabilidade que o País exige.
Com lealdade e transparência, nos legislativos e no comando administrativo de municípios e estados, participando da vida republicana e ocupando o espaço que lhe cabe no cenário político, o PSD identificará e trará ao debate problemas, reivindicações e sonhos, para discutir soluções que acha adequadas para que o Brasil avance.
Não estamos num beco sem saída, muito pelo contrário: estamos diante de novos caminhos, que devemos trilhar com discernimento, sempre, ao lado dos brasileiros que querem o melhor para o nosso país.
* Gilberto Kassab foi prefeito de São Paulo e é o presidente nacional do PSD.
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