Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado hoje (13) revela que, caso seja mantido o ritmo das atuais políticas públicas de inclusão, os negros só terão igualdade de acesso a bens, serviços e direitos fundamentais daqui a 50 anos (em 2058).
De acordo com o instituto, para combater as desigualdades raciais “são necessárias políticas de ação afirmativa”. “Dada a existência de racismo pessoal e institucional, as ações afirmativas se transformam no único meio de grandemente reduzir as desigualdades raciais no Brasil”, destaca o Ipea.
O estudo também afirma que a população negra vai se tornar maioria neste ano no país. “Uma projeção das tendências da última década sugere que em algum momento de 2008 a população negra será mais numerosa que a população branca. Se as tendências de fecundidade continuarem como nos últimos anos, a partir de 2010 o Brasil será um país de maioria absoluta de negros.”
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O levantamento ainda aponta que a população negra ganha menos do que a branca, e que ocupa cargos menos rentáveis. “Os setores econômicos com as piores condições laborais (em termos de remuneração, de estabilidade, de proteção e assim por diante) contam com acentuada participação da parcela negra da força de trabalho”, diz o estudo.
Para o Ipea, como resultado da inserção diferenciada no mercado de Trabalho entre negros e brancos, “o rendimento da parcela negra é muito inferior ao da branca”. “Em média, os ocupados negros recebem R$ 578,24 ao mês – valor que corresponde a apenas 53,2% do recebido pelos brancos, que é de R$ 1.087,14”, aponta o levantamento.
Sessão especial
Hoje, foi celebrada uma sessão especial no Senado para comemorar os 120 anos de assinatura da Lei Áurea, que representa a abolição da escravatura no país. De acordo com o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), o racismo que ainda existe no Brasil é uma “nódoa” para a sociedade.
O peemedebista aproveitou para cobrar a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), aprovado no Senado e que está em análise na Câmara. (Rodolfo Torres)
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