Ele disse, porém, que poderia vir a apresentar o requerimento, o que vai depender da análise da documentação que a família de Janene se comprometeu a apresentar.
“Ontem à noite retornei ligação da filha de Janene, Daniele, e algumas informações desencontradas chegaram à CPI. Ela se comprometeu a mandar documentos comprobatórios de que Janene realmente faleceu e me pediu para aguardar antes de fazer o pedido de exumação”, disse Motta.
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Na sessão de ontem da CPI, Motta informou ter recebido informações, atribuídas à viúva de Janene, Stael Janene, de que o ex-deputado não tinha morrido e disse que iria pedir à Justiça autorização para exumação do corpo. Deputados da CPI estranharam o pedido. “Isso vai tirar o foco da CPI”, reclamou o deputado Júlio Delgado (PSDB-MG).
Hoje, ao anunciar que vai suspender a iniciativa até que os documentos sejam analisados, Motta justificou sua iniciativa. “Todas as informações que chegarem terão o mesmo tratamento. Não podemos desprezar informações. O que cabia a este presidente era agir da forma que agimos”, disse.
Ele teve a solidariedade do deputado Delegado Waldir (PSDB-GO), que ontem havia se oferecido para acompanhar a exumação. “Parabéns pela sua conduta transparente e legalista”, disse Waldir.
Janene morreu em 2010 em consequência de doença cardíaca grave, constatada por junta médica da Câmara em 2006, quando ele respondia a acusação de envolvimento no Mensalão. Ele morreu no Instituto do Coração, em São Paulo.
Segundo o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, Janene era o centro do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras e atuava em nome do PP, partido que liderava na Câmara.
Nota da viúva
Em nota publicada ontem na sua página no Facebook, Stael Janene desmentiu as informações de que estaria desconfiada da morte do marido. “Em momento algum procurei ou fui procurada por qualquer deputado dizendo o que colocaram em minha boca, principalmente no que tange a respeito de minha suposta desconfiança sobre a morte do pai de meus filhos”, escreveu na nota, dizendo-se “estarrecida ao ver toda a mídia nacional colocar palavras e situações em minha boca sem nunca eu pronunciá-las”.
A viúva também afirmou que foi com os filhos receber o corpo de José Janene numa mesquita muçulmana em Londrina e que não havia caixão nenhum no enterro, muito menos lacrado, pois o ex-deputado foi sepultado sob os costumes muçulmanos – os mortos são envoltos em uma túnica branca.
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