O sub-relator de Movimentação Financeira da CPI dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), afirmou nesta quinta-feira (29) que documentos contábeis apreendidos pela Polícia Federal em Belo Horizonte desmontam a versão apresentada pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o empresário Marcos Valério Fernandes sobre a origem do dinheiro repassado a parlamentares da base aliada.
De acordo com Fruet, a contabilidade das agências de publicidade SMP&B e DNA não registra os empréstimos de R$ 55 milhões supostamente tomados pelo empresário a pedido do PT. Os documentos se referem aos anos de 2003, 2004 e 2005. Delúbio e Valério têm sustentado a versão de que o dinheiro foi levantado nos bancos Rural e BMG e repassado a lideranças políticas indicadas pelo PT para bancar despesas de campanha num sistema de caixa dois eleitoral. “Isso mostra que ele não contabilizou o empréstimo”, explica o deputado.
Com os documentos reunidos até agora, a CPI já dispõe de condições de sugerir ao Ministério Público e à Polícia Federal o indiciamento dos dois por crimes de corrupção, contra o sistema financeiro e falsidade ideológica. Segundo o sub-relator, as investigações indicam que os empréstimos camuflavam o repasse de dinheiro público ao PT pelos contratos que Marcos Valério tinha com estatais no governo Lula.
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Segundo Fruet, o empresário mineiro já pediu a correção dos documentos contábeis. “Ele vai ser vítima da sua esperteza”, prevê. Se a mudança for feita, com a inclusão dos dados dos empréstimos, estará configurada uma espécie de agiotagem, explica o tucano. “Se ele retificar, será fraude contra o sistema financeiro porque ele, como empresa, não pode emprestar dinheiro”, afirma o deputado.
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