Na avaliação de um importante general da cúpula militar, não há hipótese de as Forças Armadas virem a embarcar em uma aventura golpista, mesmo com a mudança de comando que houve quando o general Braga Netto assumiu o Ministério da Defesa e foram trocados os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
Ainda que Braga Netto seja mais próximo e fiel a Jair Bolsonaro, ele não conseguiria apoio das Forças. Assim, avalia o general, as declarações do presidente no sentido de que não haveria eleição no ano que vem caso o Congresso não aprove a mudança do sistema eleitoral e adote o voto impresso são mais uma bravata dirigida à tropa bolsonarista mais fiel que um risco real de adoção de um caminho antidemocrático.
Pessoalmente, esse general disse ao Congresso em Foco que não acredita que tenha havido o episódio no qual, por meio de um intermediário, o general Braga Netto teria feito chegar ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o recado de que não haveria eleição sem voto impresso. Ou não teria havido da forma como acabou sendo descrito.
Ele observa que aparentemente as fontes da reportagem do jornal O Estado de S. Paulo são políticos, não militares. E é nisso que se encaixa a sua tese. Para ele, a história parece mais parte da disputa de poder que há hoje dentro do Palácio do Planalto entre os militares e o Centrão.
Tendo havido ou não, ele avalia, a história foi vazada para desgastar mais ainda os militares no momento em que o grupo perde a Casa Civil para o Centrão, com a troca de Luiz Eduardo Ramos pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI). Na forma como a história foi contada pelas fontes, Arthur Lira sai como altivo defensor da democracia e deixa para Braga Netto a pecha de golpista.
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