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“Ele tinha preocupação constante. Era uma coisa que permeava o dia a dia dele e especialmente quando essas ameaças eram dirigidas à família”, disse o advogado, que também ressaltou que em sua última conversa com seu pai, na quarta-feira (18), um dia antes do acidente, Teori havia demonstrado preocupações com o que estava por vir com as delações da Odebrecht.
O ministro analisaria nesta semana a homologação das delações de 77 ex-executivos da empreiteira Odebrecht. Questionado sobre as preocupações do pai, Francisco disse que Teori estava apreensivo e preocupado com a repercussão que o teor das delações traria à sociedade quando viesse a público.
“Ele achava que 2017 ia ser muito mais complicado. Eu vi uma apreensão muito grande dele com relação ao que ele já tinha analisado das delações e uma preocupação muito grande de como o país e as instituições iam reagir a divulgação desses depoimentos”, disse o filho do magistrado, que afirmou ainda que a preocupação do pai era por conta das delações envolver “pessoas realmente poderosas”.
Em nota ao jornal, a Polícia Federal afirmou que todas as ocorrências foram analisadas e que concluiu-se que nenhuma delas apresentava risco real à segurança do ministro.
No ano passado, Francisco colocou um post em uma rede social onde alertava que seu pai e sua família sofriam ameaças. Em um dos trechos, o post dizia: “Se algo acontecer com alguém da minha família, vocês já sabem onde procurar…! Fica o recado!”.
Após o acidente, o filho do magistrado deu declarações pedindo uma investigação rigorosa para apurar as causas da queda do avião. Ao Fantástico, ele disse esperar que seja um acidente. “Eu, particularmente, quero que tenha sido uma fatalidade. Seria muito ruim para mim, como filho, descobrir que meu pai foi vítima de homicídio. Seria muito ruim para o país. Acho que nesse momento é absolutamente prematuro tirar qualquer conclusão do que aconteceu”, ponderou.