Rudolfo Lago, Eduardo Militão, Mário Coelho e Thomaz Pires
O ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal, Durval Barbosa, detalhou em depoimento aos promotores do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (NCOC) do Ministério Público do Distrito Federal (MPDF), em 16 de setembro, o “mensalinho” pago aos deputados distritais.
No depoimento, Durval afirmou que o deputado distrital Junior Brunelli (ex-DEM, hoje no PSC), recebia desde dezembro de 2002 a quantia de R$ 30 mil todos os meses. Brunelli, no meio político, sempre foi considerado aliado do hoje vice-governador Paulo Octávio (DEM), que acabara de ser eleito senador pelo DF.
“Sendo que a recomendação de Arruda era de fracionar a distribuição do dinheiro ao longo do mês o máximo possível para que os beneficiados não perdessem o interesse na defesa do candidato Arruda e de seu programa de governo ao GDF”, afirmou Durval aos promotores Sérgio Bruno Cabral Fernandes e Clayton da Silva Germano.
Pelo relato de Durval, Leonardo Prudente (DEM), presidente da Câmara Legislativa e antigo aliado de Paulo Octávio, recebia R$ 50 mil por mês. O então senador Paulo Octávio e e o então deputado federal Arruda disputaram em 2006 a indicação do partido para ser candidato ao governo do DF. No final, após uma articulação com a direção nacional do partido, decidiu-se pela chapa pura. E com Arruda como candidato a governador.
Na lista dada por Durval também estavam parlamentares fortemente relacionados com o então governador Joaquim Roriz (ex-PMDB, hoje PSC). Os deputados Eurides Brito (PMDB), que foi secretária de Educação no governo rorizista, Benício Tavares (PMDB), o ex-deputado distrital Odilon Aires e o hoje chefe de gabinete de Arruda, Fábio Simão, recebiam cada um R$ 30 mil por mês.
Na época, a dissidência do grupo de peemedebistas causou um racha no partido. O presidente da sigla, Tadeu Filippelli, tentou forçar a saída do grupo, mas não conseguiu. Além de garantir apoio na eleição de 2006, o pagamento de propina aos deputados também garantiu ao governo uma garantia na hora de aprovar projetos mais polêmicos.
Um dos projetos envolvidos em propina foi a aprovação do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot). Segundo Durval, o responsável pela distribuição aos deputados dos valores arrecadados entre as empresas beneficiadas pela aprovação do projeto era o diretor da empresa incorporadora Paulo Octávio Marcelo Carvalho.
Leia trechos do depoimento de Durval
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