Reforçando as críticas do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, aos recursos do Fundo Amazônia; o presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo (11) que o Brasil não precisa dos R$ 154,5 milhões que a Alemanha deixou de enviar para programas de defesa ambiental no país. As declarações, contudo, podem fazer com que o governo tenha que apresentar o real orçamento destinado à preservação da Amazônia. É que o vice-líder do PL na Câmara, deputado Marcelo Ramos (AM), vai protocolar um pedido para que o Ministério do Meio Ambiente informe a previsão orçamentária prevista para compensar as ações do Fundo Amazônia que estão paralisadas.
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“O ministro disse que, na opinião dele, o Fundo Amazônia é de um valor irrisório e que as políticas de governança praticadas com esses recursos estão equivocadas. Então, na condição de ministro, ele tem o dever de dizer qual a política de governança do ministério em substituição ao fundo e quanto o Governo Federal está disposto a colocar para proteger a Amazônia. Até porque, se ele acha o valor irrisório, imagino que vá colocar mais”, provocou Marcelo Ramos, destacando que, na verdade, nos últimos anos, a União não tem feito investimentos expressivos na preservação da região amazônica.
Recentemente, o governo tem até criticado os dados sobre desmatamento e a governança do Fundo Amazônia, que, nos últimos anos recebeu cerca de R$ 3,4 bilhões da Alemanha e da Noruega. “Obviamente não são recursos inexpressivos. A região precisa deles para executar projetos de desenvolvimento sustentável. E é maior do que o governo colocou lá”, retrucou Ramos, que promete apresentar um pedido de informações ao Ministério do Meio Ambiente na próxima terça-feira (13), assim que chegar do Amazonas em Brasília. “Vou fazer um expediente, com base na Lei de Acesso à Informação para que digam qual a previsão de orçamento para a governança da Amazônia”, detalhou o deputado.
Marcelo Ramos também criticou a postura de Ricardo Salles na audiência pública realizada na Câmara dos Deputados na semana passada para tratar do Fundo Amazônia. O ministro deixou a audiência após bater-boca com o presidente da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Nilto Tatto (PT-SP), que o chamou de ‘office-boy’ do agronegócio. “O ministro não falou o que a gente esperava”, avaliou Ramos.
Os deputados esperam, então, uma nova conversa com Salles sobre a preservação da região amazônica. Desta vez, na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA).
Nessa ocasião, o vice-líder do PL deve apresentar outro pleito para o ministro: a reativação do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA). “O único passo dado nos últimos anos no sentido de fazer pesquisas com o objetivo de ter uma exploração sustentável da Amazônia foi resolver a governança do Centro de Biotecnologia da Amazônia, através de um processo de licitação que selecionou um consórcio para gerir o CBA. Mas o atual governo cancelou esse consórcio por um preconceito ideológico absurdo. Então, a outra medida que a gente quer é que o governo resolva a situação do CBA”, pediu Ramos.
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