Entoando palavras de ordem e placas com os dizeres “mexeu com uma, mexeu com todas” e “a culpa nunca é da vítima”, as mulheres foram do Salão Verde da Câmara para o Salão Azul do Senado. O protesto lembrava também o caso do estupro coletivo de uma menina de 16 anos no Rio de Janeiro, na semana passada.
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Na Câmara, o grupo foi ao plenário e ouviu o discurso da deputada Luiza Erundina (Psol-SP). Já no Senado, foram impedidas de entrar no plenário por ordem do presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL). Mesmo com o pedido das senadoras presentes, Renan avaliou que não seria adequado a entrada do grupo no plenário.
A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) destacou que a intenção era fazer o Senado “abraçar” a causa das mulheres e que o Senado Federal perdeu a oportunidade de se comprometer com o apoio a luta de combate à violência contra a mulher ao impedir a entrada das mulheres para se manifestarem diante dos senadores.
Já o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) ressaltou que o posicionamento do Senado deveria ser com relação à aprovação de matérias que dizem respeito à luta das mulheres e criticou o uso de megafones por parte das parlamentares.
Está na pauta do Senado desta terça-feira um projeto que aumenta a pena para estupro coletivo. Segundo Renan, a proposta seria uma “reposta” dos parlamentares ao crime ocorrido no Rio de Janeiro. O projeto é de autoria da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e aumenta a pena em um terço se o estupro for cometido por duas ou mais pessoas. A matéria estava na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas foi adiantada para votação direta em Plenário.