Três delatores da Operação Lava Jato fizeram acordo para colaborar com a Justiça norte-americana a respeito do esquema de corrupção na Petrobras em troca de imunidade e perdão de multas. Segundo o jornal O Globo, os novos colaboradores dos processos movidos por investidores dos Estados Unidos que se sentiram lesados com a desvalorização dos papeis da companhia são o ex-gerente da estatal Pedro Barusco e os empresários Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, da Toyo Setal, e Júlio Camargo. O julgamento das ações na Corte de Nova York está marcado para 19 de setembro.
Os investidores querem indenizações que, somadas, podem alcançar até US$ 90 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 350 bilhões. De acordo com o Globo, investigadores norte-americanos deverão vir ao Brasil nos próximos meses para ouvir o doleiro Alberto Youssef, que ainda não fechou acordo com a Justiça dos Estados Unidos por estar preso. Conforme a repórter Cleide Carvalho, Youssef queria o green card, cartão de residência permanente no país.
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Em abril do ano passado a Petrobras assumiu prejuízo de R$ 6,2 bilhões com o esquema de corrupção montado por diretores, funcionários, empresários e agentes políticos. Para os procuradores da Lava Jato, o prejuízo passa dos R$ 20 bilhões. A PF já estimou as perdas em R$ 42 bilhões.
Desde que a Lava Jato foi deflagrada, em março de 2014, o valor de mercado da Petrobras caiu de US$ 68,3 bilhões para US$ 36,7 bilhões, segundo dados da Economática citados pelo Globo.
Em nota, a Petrobras afirma que os processos em andamento nos Estados Unidos são improcedentes porque a empresa não tinha conhecimento do esquema de corrupção do qual era vítima. “A companhia foi vítima de um cartel, conforme reiteradamente reconhecido pelas autoridades brasileiras que conduzem a Operação Lava Jato.”
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