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Essa é a primeira vez que o nome de Temer aparece formalmente na Lava Jato. A informação veio a público após o vazamento dos áudios gravados pelo ex-presidente da subsidiária da Petrobras com lideranças do PMDB, que estavam mantidos em sigilo sob a guarda do Supremo. Durante conversa com o ex-presidente José Sarney, Machado disse que “ajudou” na campanha eleitoral de Chalita.
“O Michel… eu contribuí para o Michel. Não quero nem que o senhor comente com o Renan. Contribuí com o Michel para a candidatura do menino. Falei com ele até em lugar inapropriado, na base aérea”, relata Sérgio Machado. O termo “menino” é utilizado como referência a Chalita.
Além de Temer e Chalita, constam da delação de Sérgio Machado como beneficiários de propina os (as) deputados (as) Luis Sérgio (PT-RJ), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Felipe Maia (DEM-RN), Heráclito Fortes (PSB-PI); os ex-deputados Sergio Guerra (PSDB-PE), morto em 2014, Jorge Bittar (PT-RJ), Cândido Vaccarezza (PT-SP); o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB); os senadores José Agripino Maia (DEM-RN), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Valdir Raupp (PMDB-RO); o vice-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles (PP); e os ex-ministros da presidente Dilma Edson Santos e Ideli Salvatti, ambos do PT, além de uma pessoa identificada como Valter Alves.
Ainda segundo a delação à Procuradoria-Geral da República, Machado contou à equipe de investigação que os políticos o procuravam, pediam colaborações, e ele fazia o contato com as empreiteiras que tinham contrato com a Transpetro. “Embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam ao procurarem o depoente que não obteriam dele doação com recursos do próprio, enquanto pessoa física, nem da Transpetro, e sim de empresas que tinham relacionamento contratual com a Transpetro”, disse, acrescentando que nenhuma das doações pedidas por ele às empresas era lícita.
Machado relatou ainda que parte da propina era entregue em dinheiro vivo aos parlamentares. Outra fração dos recursos era declarada como doação oficial, acrescentou o ex-dirigente.
O delator assumiu a presidência da Transpetro em 2003, por indicação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com aval dos senadores Jader Barbalho (PMDB-PA), Romero Jucá (PMDB-RR) e Edison Lobão (PMDB-MA) e do ex-presidente da República José Sarney. Todos esses peemedebistas, conhecidas lideranças do partido no Congresso, foram beneficiados com o esquema de propina, segundo Machado.
Ele admitiu ainda que administrava a Transpetro com o intuito de “extrair o máximo possível de eficiência das empresas contratadas pela estatal, tanto em qualidade quanto em preço”.
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