A pupila superou o mestre. Ao fim de seu primeiro ano de mandato, a presidenta Dilma Rousseff obteve aprovação recorde entre cidadãos entrevistados na mais recente pesquisa Datafolha, realizada na última semana. Segundo o instituto, 59% dos brasileiros consultados avaliaram como ótima ou boa a gestão Dilma nos primeiros 12 meses, 10 pontos percentuais a mais do que o registro feito há seis meses pelo Datafolha. Trata-se de um índice de aprovação que supera o primeiro ano de governo de todos os presidentes que antecederam Dilma desde 1989, retorno das eleições diretas. Inclusive Lula, o “eleitor” número um da presidenta.
No primeiro ano do primeiro mandato (2003-2006), Lula chegou a 42% de aprovação. No primeiro ano do segundo mandato (2007-2010), esse percentual foi de 50%. Já seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), obteve aprovação, respectivamente, de 41% e 16%. Ao fim do primeiro ano de mandato, Fernando Collor chegou a 23% de aprovação, enquanto seu sucessor e vice, Itamar Franco, registrou 12% de avaliação positiva.
Leia também
Segundo o Datafolha, a nota média do governo Dilma até agora é 7,2%. Mesmo diante da crise ministerial que transcorreu boa parte de 2011, com seis ministros demitidos depois de suspeitas de corrupção, Dilma mantém um patamar de rejeição relativamente baixo em relação aos demais mandatários. Em tendência decrescente, 33% consideram regular a gestão Dilma no primeiro ano, enquanto 6% a consideram ruim ou péssima – 5% a menos do que o total registrados em agosto.
A imagem pessoal da presidenta também está em viés de alta. Para 72% dos cidadãos entrevistados, Dilma é considerada “decidida”. Outros 80% a consideram “muito inteligente, enquanto 70% a classificam como “sincera”. A avaliação positiva de Dilma aumentou entre homens (56% de aprovação) e mulheres (62%) de todas as faixas etárias, em qualquer nível de renda familiar, e de todos os graus de escolaridade.
A aprovação majoritária do governo Dilma, segundo o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, pode ser explicada pela percepção da população sobre os indicadores da economia nos últimos meses, mesmo diante do cenário de crise internacional no setor. Também favorece Dilma, segundo o especialista, o fato de Dilma ter demonstrado firmeza diante de contextos negativos e ter tomado decisões com rapidez, sem hesitar em demitir suspeitos de praticar “malfeitos”, como ela gosta de se referir à corrupção.
O Datafolha entrevistou 2.575 pessoas nos dias 18 e 19 de janeiro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.