Os senadores Aloizio Mercadante (PT-SP) e Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) tiveram, hoje à tarde, forte discussão no Plenário do Senado. ACM ironizou que o PT “conseguiu matar um legista”, em resposta a afirmações de Mercadante que criticavam a CPI dos Bingos, da qual o senador baiano faz parte.
A discussão começou devido a críticas do senador petista ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato pelo partido à presidência. Mercadante leu uma carta que recebeu sobre a manutenção dos caça-níqueis. O documento, proveniente da Assembléia Legislativa do estado, é desfavorável ao veto de Alckmin a projeto que proibia a utilização das máquinas.
"Ao dizer não ao projeto, Alckmin volta a dar carta branca aos empresários de jogo, os contraventores, tradicionais financiadores de campanhas eleitorais", diz a carta. "Alckmin prova que não tem compromisso com o combate à corrupção, à degradação familiar e à violência doméstica", acrescenta o documento.
As críticas lidas por Mercadante irritaram o presidente do PSDB, Tasso Jereissatti (CE), que estava em seu gabinete e se dirigiu às pressas ao Plenário para responder às críticas. De acordo com o tucano, a lei era inconstitucional e, por isso, foi vetada.
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Mercadante reafirmou as críticas da carta, mas disse que não faria adjetivação sobre o caso. Afirmou apenas que esse debate deveria ser levado à CPI dos Bingos.
Logo depois de concluído o discurso de Mercadante, ACM subiu à tribuna com críticas e acusações de que os petistas teriam matado o ex-prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, e Campinas (SP), Toninho do PT. O senador baiano disse ainda que a CPI ouvirá o depoimento do legista do caso Celso Daniel, e fez acusações sobre o assassinato do outro legista do caso, Carlos Delmonte Printes, que defendia a tese de que Celso Daniel foi torturado e depois morto. Delmonte foi encontrado morto, com suspeita de suicídio. "Vamos trazer o legista (Paulo Vasques para depor). Um (legista) vocês já conseguiram matar", afirmou.
PublicidadeMercadante interrompeu. "Quem matou? Você está mencionando o meu envolvimento em alguma questão?", perguntou o petista a ACM. "Vocês estão encobrindo crime, sim. Não querem que apure", respondeu o senador baiano.
O líder do governo pediu a palavra para negar uma tentativa de obstruir as investigações. "Nada me machucou mais do que vê-lo deitado na lama, assassinado como foi. Como o senhor pode fazer uma acusação dessa me conhecendo há tantos anos?", afirmou. "Eu não estou dizendo que o senhor matou, não, seus correligionários mataram", disse ACM. "Então diga os nomes que eu quero saber para tomar providência", retrucou o governista.
Depois do bate-boca, ACM disse que as críticas não eram pessoais ou direcionadas a Mercadante. O senador petista, por sua vez, disse que o fato de divergirem politicamente não é motivo para ataques e acusações.
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