O presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), acaba de autorizar o primeiro pedido de prisão formulado durante um depoimento prestado à comissão. A pedido do deputado Geraldo Thadeu (PPS-MG), o advogado Marcus Valerius Macedo, que prestou serviços à empresa Skymaster (investigada pelos parlamentares), será preso por desacato.
Neste momento, a reunião da sub-relatoria de Contratos na qual Marcus Valerius prestava depoimento está suspensa, aguardando o desfecho do episódio. Por ser advogado, o depoente tem direito à presença de um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em caso de prisão em flagrante. A CPI já emitiu um oficio à OAB pedindo a presença urgente de um advogado na comissão, para poder efetuar a prisão de Marcus Valerius.
Geraldo Thadeu fez o pedido porque se sentiu ofendido com uma resposta do depoente. Ao propor a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico da mulher e da filha dele, o deputado ouviu de Marcus Valerius uma ironia. "E da mãe?", indagou, jocosamente, o advogado.
Antes, José Eduardo Cardozo (PT-SP), sub-relator da comissão, já havia ameaçado prender o advogado pelas respostas evasivas e mentirosas. Marcus Valerius negou-se a dizer aos parlamentares o destino de R$ 1,036 milhão, sacado em espécie das contas da firma, entre fevereiro de 2000 e julho de 2001.
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A CPI suspeita que essa quantia tenha sido utilizada para pagamento de propinas a envolvidos em irregularidades nos Correios. O advogado disse apenas presumir que o dinheiro tenha servido para pagamento de leasing (arrendamento) de aeronaves para a Skymaster, que presta serviços de correio aéreo noturno aos Correios.
Segundo Marcus Valerius, as retiradas foram efetuadas pelo segurança Francisco Carioca, a pedido do sócio da Skymaster, João Marcos Pozzetti. Os parlamentares pretendem fazer, ainda hoje, uma acareação entre Marcus Valerius e Francisco Carioca.
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