A CPI do BNDES aprovou, nesta quarta-feira (9), a convocação por unanimidade do empresário Eike Batista, do grupo OGX, em uma sessão marcada por bate boca e protestos.
“É importante a convocação dele, já que suas empresas foram beneficiadas com empréstimos, e ele tem que vir explicar as operações”, disse o deputado Miguel Haddad (PSDB-SP).
Os requerimentos pedindo a convocação de Eike Batista foram apresentados pelos deputados Carlos Melles (DEM-MG), Sérgio Vidigal (PDT-ES) e Arnaldo Jordy (PPS-PA). Em agosto, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, informou que os empréstimos do banco efetivamente contratados pelas empresas de Eike Batista somaram em torno de R$ 6 bilhões – de um total de R$ 10,4 bilhões aprovados pela instituição.
À CPI, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que o banco não teve prejuízos com os empréstimos a Eike Batista, processado por crimes contra o mercado financeiro, manipulação do mercado e uso de informação privilegiada com possível prejuízo aos investidores na venda de ações da OGX (hoje OGPar).
O vice-presidente do BNDES, Wagner Bittencourt, disse o mesmo em depoimento à CPI. Segundo ele, o banco não teve prejuízos com financiamentos dados a empresas do Grupo X. Ele disse que novos investidores das companhias do grupo assumiram os compromissos com o BNDES.
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Em junho, em entrevista a um programa de TV, Batista disse que pagou todas as suas dívidas com o banco.
Grupo JBS
No início da sessão, a comissão rejeitou por 15 votos a 9 a convocação dos irmãos Wesley e Joesley Batista, controladores do grupo JBS/Friboi, e aprovou a convocação do empresário Taiguara Rodrigues dos Santos, apontado como proprietário da empresa de engenharia Exergia Brasil, contratada pela Odebrecht para trabalhar na obra de ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, em Angola.
Segundo o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), autor do requerimento de convocação, Taiguara seria “ex-cunhado do ex-presidente Lula”.
A não convocação dos controladores do grupo JBS Friboi provocou protestos. “É vergonhoso para a CPI não convocar os donos da Friboi. Depois (os integrantes da CPI) ficam irritados com a suspeição por conta do financiamento de campanha. Que isenção terá quem foi financiado pela Fribou? É preferível encerrar a CPI se empresários já investigados em várias instâncias não forem convocados”, disse Jordy.
O delegado Edson Moreira (PTN-MG) disse que a convocação dos irmãos Batista é precipitada.
“Estou surpreso com os conchavos nas convocações votadas por esta CPI. Vamos sair daqui desmoralizados”, disse o deputado Carlos Melles (DEM-MG).
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