A CPI dos Bingos aprovou há pouco a convocação do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, acusado de comandar o esquema de caixa dois do PT e de distribuição de recursos não contabilizados a partidos da base aliada, o mensalão. A comissão também decidiu realizar uma acareação entre o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, e o ex-militante petista Paulo de Tarso Venceslau.
A oposição desistiu de reconvocar Okamotto, amigo pessoal do presidente Lula. Paulo de Tarso acusa Okamotto de fazer caixa dois para o PT em prefeituras desde 1993. O presidente do Sebrae disse ter quitado, em 2004, uma dívida de R$ 29,4 mil do presidente. O dinheiro foi registrado na prestação de contas do partido de 2003.
Em depoimento à CPI, Okamotto afirmou que quitou a dívida de Lula em dinheiro por orientação de Delúbio. A situação do amigo do presidente se agravou nas últimas semanas com o surgimento de novas suspeistas. Além da dívida de Lula, ele também teria quitado, em 2002, um débito de R$ 26 mil da filha do presidente, Lurian Cordeiro Lula da Silva. Okamotto doou ainda R$ 24,84 mil para a campanha de Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, à Prefeitura de São Bernardo, em 2004.
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A CPI já tentou e não conseguiu que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizasse a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Okamotto. Entre os argumentos utilizados pela comissão para justificar a necessidade de quebra dos sigilos do presidente do Sebrae estava a entrevista dada pelo ex-deputado Roberto Jefferson para o jornal O Estado de S.Paulo que disse que “a ligação pessoal, de pagar as contas do presidente, da filha do presidente, se dá através” de Okamotto. Jefferson afirmou que a quebra do sigilo pode complicar a situação do presidente.
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