A repórter da TV Globo destacou o ativismo do comerciante Lúcio Batista, o Lúcio Big, que monitora o uso da verba parlamentar por meio da Operação Política Supervisionada (OPS) – também conhecida como Operação Pega Safado. “O Fantástico fez uma grande reportagem sobre isso. E o Congresso em Foco também tem feito muita matéria sobre isso”, disse Cristina. “Isso é para mostrar como é importante o trabalho de fiscalização pelo cidadão. Como isso dá certo. Ele ensina as pessoas a entrarem nos portais e a checar”, reforçou a jornalista, referindo-se ao comerciante, que também é colunista deste site.
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A operação de Lúcio resultou na denúncia contra 20 parlamentares por mau uso da cota parlamentar no Tribunal de Contas da União (TCU). Vários desses casos foram confirmados pela reportagem do Congresso em Foco, na série sobre a “farra do cotão”, que apontou gastos questionáveis feitos por parlamentares e ressarcidos pelo Congresso. As suspeitas recaíram, principalmente, sobre o aluguel de veículos.
Por causa das denúncias de Lúcio Big e do site, a Câmara abriu investigação para apurar a conduta de quatro deputados. Por sugestão feita pelo deputado Chico Alencar (Psol-RJ), com base nas matérias, a Mesa Diretora aprovou mudanças nas regras que disciplinam a cota parlamentar. De acordo com as novas normas, os deputados deverão pagar no máximo 5% do valor do carro na locação, com o limite total de R$ 10 mil por mês.
As quatro jornalistas entraram no assunto ao discutir com Jô a apreensão de quase 450 kg de cocaína em um helicóptero da família do senador Zezé Perrella (PDT-MG). A Polícia Federal divulgou nota em que afasta ligação da família com a droga. Mas o Ministério Público quer apurar se o combustível utilizado pela aeronave era bancado pela cota parlamentar do senador e de seu filho, o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG).
Caçador de irregularidades
Colunista deste site, Lúcio Big, de 44 anos, virou um caçador de irregularidades contra a administração pública. Há dois anos, o comerciante tem atuado em movimentos contra a corrupção. O seu principal instrumento de ação é o um canal no YouTube.
Em março deste ano, munido de um computador com acesso à internet, uma filmadora portátil Sony e muita vontade de desmascarar corruptos, ele lançou a “Operação Pega Safado”, à qual deu a sigla OPS. Lúcio elegeu as prestações de contas de deputados e senadores como alvo. A publicação de alguns casos suspeitos no YouTube levou dezenas de pessoas interessadas a entrar em contato com ele.
“Gente do país todo me enviou informações, fotos e documentos. Dessa forma, consegui fechar uma lista com 20 nomes para entregar ao TCU”, conta. O dossiê foi entregue ao Tribunal de Contas da União no início de julho e está em fase de pré-análise. Caso o tribunal entenda que as denúncias são relevantes, iniciará uma investigação.
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