Os quatro partidos que apoiam Chinaglia contarão com 109 deputados a partir do ano que vem (69 do PT, 19 do PDT, 11 do Pros e 10 do PCdoB). Já os quatro partidos que, por enquanto, apoiam Cunha terão 128 deputados (66 do PMDB, 15 do SD, 22 do DEM e 25 do PTB) no início da próxima legislatura. O apoio do DEM e do PTB foi anunciado hoje.
“Sou visto quase como azarão se acreditar em tudo que leio, mas acho isso precipitado”, disse Chinaglia. Ele admitiu, porém, que a articulação em torno da sua candidatura começou tardiamente. “A prioridade do PT era a aprovação de matérias importantes, e não a disputa do ano que vem. Além disso, o PT não queria lançar candidatura sozinho”, afirmou. Ele acrescentou que espera uma disputa “limpa, honesta e democrática”.
Negociações
Chinaglia disse que já iniciou as negociações de apoio à sua candidatura com 10 partidos ao todo, incluindo PP, PR, PSD e Psol, além dos partidos que já confirmaram o apoio. O lançamento da candidatura contou com a presença dos líderes do Pros, Gilvaldo Carimbão (AL), e do PCdoB, Jandira Feghali (RJ). O líder do PDT, Félix Mendonça Júnior (BA), não estava presente.
Para o líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), as negociações durante o recesso parlamentar deverão ser intensas. Segundo ele, a eleição para a presidência também envolve articulação com governadores e prefeitos das grandes cidades.
Sociedade civil
Caso seja eleito, Chinaglia ressaltou que a ampliação do contato da Câmara com a sociedade civil, para identificar as principais demandas da população, será uma das prioridades de sua gestão.
Ele citou a segurança pública entre as questões que afligem a sociedade. Mas, embora acredite que a Câmara possa aperfeiçoar a legislação relativa à segurança, o deputado observou que esse é, sobretudo, um problema dos poderes executivos.
O candidato mencionou ainda o desenvolvimento econômico, a garantia do emprego e uma política de recursos humanos para o Estado como outros temas que merecem atenção da Câmara.
Porém, conforme Chinaglia, o programa de sua candidatura será construído conjuntamente com outros partidos. “A candidatura de Chinaglia não é do PT ou do governo, mas de forças que querem a transformação da Câmara”, disse Carimbão. Já Jandira Feghali defendeu o diálogo da Casa com os movimentos sociais.
O candidato do PT afirmou ainda que divergências com os outros poderes da República são inevitáveis durante o exercício da Presidência. “Nenhum bom presidente escapa dos conflitos com Executivo e Judiciário”, salientou. Na relação com os outros poderes, ele promete seguir a Constituição e o Regimento Interno. Já em relação à oposição, Chinaglia observou que o presidente da Câmara tem o “dever da imparcialidade”. Médico e deputado há 20 anos, Chinaglia já foi presidente da Câmara entre 2007 e 2009. Além disso, atuou como líder do governo na Casa e líder do PT.
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