Em uma cerimônia de pouco menos de 40 minutos, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e seu vice, general Hamilton Mourão (PRTB), foram diplomados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na tarde desta segunda-feira (10). A formalidade confirma que ambos estão aptos a tomar posse em 1º de janeiro.
O certificado de diplomação foi entregue a Bolsonaro e a Mourão pelas mãos da presidente do TSE, a ministra Rosa Weber. Após receber o diploma, o presidente fez um discurso de 10 minutos em que cumprimentou autoridades e cumpriu formalidades.
O início da fala foi marcada por um agradecimento “a Deus”, nos moldes do lema de sua campanha, que também dá nome da chapa presidencial (“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”). “[Agradecimento] por estar vivo e por essa missão à frente do Executivo”, declarou o capitão da reserva.
Em sua fala (veja a íntegra em texto e vídeo abaixo), Bolsonaro pregou a ruptura com práticas que, “historicamente, retardaram o nosso progresso”. Diferente das declarações que costuma dar, “de improviso” e cheias de coloquialismos, o político leu seu discurso com entonação quase militar.
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Assista ao discurso de Bolsonaro:
“Não mais à corrupção. Não mais à violência. Não mais às mentiras. Não mais à manipulação ideológica. Não mais submissão do nosso destino a interesses alheios. Não mais mediocridade, complacente em detrimento ao nosso desenvolvimento”, discursou o presidente eleito.
Bolsonaro declarou ainda que o poder popular não mais precisa de intermediários. “As novas tecnologias permitiram uma relação direta entre o eleitor e seus representantes. Nesse novo ambiente, a crença na liberdade é a melhor garantia de respeito aos altos ideais que balizam nossa Constituição”, disse.
Acusado durante toda a campanha de se beneficiar de notícias falsas, ele aproveitou para dar um recado velado ao PT e à esquerda brasileira ao prometer combate à “manipulação ideológica”.
Eleito com o apoio de 39,2% dos eleitores de todo o território nacional, Bolsonaro prometeu governar “sem distinção de origem social, raça sexo e cor”. Disse também que promoverá uma ruptura com práticas que “marcaram historicamente o país”, como corrupção e “interesses alheios”.
“A população quer paz e prosperidade sem abrir mão dos valores que caracterizam a sociedade brasileira”, discursou o presidente eleito.
Veja o vídeo com a íntegra da cerimônia:
Recados
O discurso de Bolsonaro foi seguido por uma fala de mais de 20 minutos de Rosa Weber. A presidente do Tribunal lembrou o aniversário de 70 anos da Declaração Internacional dos Direitos Humanos comemorado nesta segunda-feira.
“Toda pessoa tem a capacidade para gozar dos direitos e das liberdades contidos nessa declaração”, disse Weber.
Leia a íntegra do discurso da ministra
A ministra voltou a defender a legitimidade do processo eleitoral. Ao longo da campanha, o TSE precisou enfrentar as turbulências fruto da onda de fake news e de críticas à confiabilidade das urnas eletrônicas. O próprio Bolsonaro chegou a questionar a segurança do sistema eletrônico.
Rosa também defendeu que o respeito à Constituição “reside também no respeito às minorias, especialmente aquelas estigmatizadas pela situação de vulnerabilidade em que se encontram”.
Leia a íntegra do discurso de Jair Bolsonaro:
Agradeço também a todos que acreditaram e estiveram comigo desde o início da minha trajetória, nos momentos felizes, mas, sobretudo, nos momentos difíceis. Essa vitória é de todos nós.
Agradeço mais especialmente aos mais de 57 milhões de brasileiros que me honraram com o seu voto. Aos que não me apoiaram, peço a sua confiança para construirmos juntos um futuro melhor para o nosso país.
A partir de 1º de janeiro, serei o presidente de 210 milhões de brasileiros. Governarei em benefício de todos, sem distinção de origem social, raça, sexo, cor, idade ou religião.
Com humildade, coragem e perseverança, e temos fé em Deus para iluminar minhas decisões, me dedicarei dia e noite pelo objetivo que nos une: a construção de um Brasil próspero, justo, seguro e que ocupe o lugar que lhe cabe entre as grandes nações do mundo. Esse é o nosso norte, esse é o nosso compromisso.
Senhoras e senhores, somos uma das maiores democracias do mundo. Cento e vinte milhões de brasileiros compareceram às urnas de forma pacífica e ordeira. Respondemos ao dever cívico do voto e com serenidade e responsabilidade.
Nós brasileiros devemos nos orgulhar dessa conquista. Em um momento de profundas incertezas em várias partes do globo, somos um exemplo de que a transformação por parte do voto popular é possível.
Esse processo é irreversível. Nosso compromisso com a soberania do voto popular é inquebrantável.
Senhoras e senhores, os desejos de mudanças foram expressos de forma clara nas eleições. A população quer paz e prosperidade, sem abdicar dos valores que caracterizam o povo brasileiro.
Nossa gente é trabalhadora, constituída por homens e mulheres, por mães e pais que criam seus filhos com suor e dedicação. Temos todos a esperança de uma vida digna. Gente que não mede esforços pelo sustento de seus familiares. Gente que precisa de um governo que garanta condições adequadas para desenvolver seu potencial com liberdade e criatividade.
A construção de uma nação mais justa e desenvolvida requer uma ruptura com práticas que, historicamente, retardaram o nosso progresso.
Não mais à corrupção. Não mais à violência. Não mais às mentiras. Não mais à manipulação ideológica. Não mais submissão do nosso destino a interesses alheios. Não mais mediocridade, complacente em detrimento ao nosso desenvolvimento.
Todos nós conhecemos a pauta histórica de reivindicações da população brasileira: segurança pública e combate ao crime, igualdade de oportunidade com respeito ao mérito e ao esforço individual.
Todos sabemos disso, mas ainda não conseguimos oferecer à população o que lhe cabe, com dever de Estado. Sempre no marco da Constituição Federal, nosso dever é transformar esses anseios em realidade. Nossa obrigação é oferecer um Estado eficiente que faça valer a pena os impostos pagos pelos contribuintes.
Nossa obrigação é garantir que os brasileiros regressem aos seus lares em segurança após um dia de trabalho. Nosso dever é oferecer condições para que o empreendedor crie empregos e gere renda ao trabalhador.
Tenho plena consciência dos desafios que se colocam diante de nós. Sem subestimá-los, trabalharei com afinco para que daqui a quatro anos possamos olhar para trás com orgulho pelo caminho trilhado em benefício do nosso amado Brasil.
Senhoras e senhores, vivenciamos um novo tempo. As eleições de outubro revelaram uma realidade distinta das práticas do passado.
O poder popular não precisa mais de intermediação. As novas tecnologias permitiram uma relação direta entre eleitor e seus representantes. Nesse novo ambiente, a crença na liberdade é a melhor garantia de respeito aos altos ideais que balizam nossa Constituição.
Diferenças são inerentes a uma sociedade múltipla e complexa como a nossa, mas jamais devemos nos afastar dos ideais que nos unem: o amor à pátria e o compromisso com a construção de um presente de paz e de futuro mais próspero.
Senhora ministra Rosa Weber, senhores ministros do TSE, senhoras e senhores, que esse trabalho coletivo que garantiu a legitimidade do processo eleitoral seja um exemplo da união em prol do Brasil.
Com o apoio e o engajamento de todos, vamos resgatar o orgulho de ser brasileiro. Vamos resgatar o orgulho pelas cores da nossa bandeira e pela força do nosso hino. Porque temos certeza de que esse país tem como destino a prosperidade e a paz.
O Brasil deve estar acima de tudo. Que Deus abençoe o nosso país e a todos nós brasileiros.
Meu muito obrigado a todos.
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Cara de pau, demagogo e falsiano. Superlotou o governo dele com ministros corruptos, está fazendo alianças com os partidos mais corruptos do Brasil, está se apoiando em políticos corruptos, e vem falar em fim de corrupção. Tanto está fazendo o jogo da Velha Política, como trazendo para o futuro governo, as velhas raposas, que sempre usaram o dinheiro dos cofres públicos pra sustentarem o luxo de uma minoria de privilegiados.
Viva ao grande circo da Democracia brasileira onde nós somos os palhaços…
Só uma pergunta: o ex-assessor milionário foi ao evento?