Acumulam-se a cada dia as provas recolhidas pelo Ministério Público Estadual e a Polícia Civil de São Paulo que podem associar o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, a um esquema de corrupção na Prefeitura de Ribeirão Preto, da qual ele foi titular duas vezes.
Segundo reportagem publicada neste domingo pela Folha de S. Paulo, depoimentos e gravações telefônicas aumentam cada vez mais a convicção dos responsáveis pela investigação de que a empresa Leão Leão, fornecedora da prefeitura, pagou propinas durante as administrações de Palocci e do também petista Gilberto Maggioni. De acordo com o advogado Rogério Buratti, que foi secretário de governo de Palocci entre 1993 e 1994, a Leão Leão pagava uma mesada de R$ 50 mil aos gestores municipais, acusação negada pelo atual ministro da Fazenda.
Na matéria, o repórter Rogério Pagnan relata: "Até agora, havia provas de fraudes nas medições do serviço de limpeza urbana – que inflavam os pagamentos da prefeitura à Leão Leão – e saques suspeitos nas contas da empresa. As novas evidências indicam o suposto retorno do dinheiro às mãos de integrantes da administração petista – hipótese que também foi contestada pelo atual ministro".
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Conforme a reportagem, os promotores identificaram uma conversa telefônica ocorrida em julho de 2004 entre o então presidente da Leão Ambiental (subsidiária da Leão Leão para a área de limpeza), Wilney Barquete, e sua secretária Fernanda Raphael Borges:
"A gravação dura exatos três minutos e dezoito segundos. Os dois falam da agenda para o próximo dia. Em determinado momento, a secretária pergunta ao chefe se pode mandar ‘aquele envelope’ que encaminhava ‘para lá todo mês’. Wilney autoriza o envio. O ‘lá’, segundo os promotores e a polícia, era o Daerp (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto), autarquia da prefeitura então administrada por Isabel Bordini, responsável pelos contratos de limpeza com a Leão Leão".
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