No mesmo dia em que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi apontado pelo pai, o presidente Jair Bolsonaro, como possível embaixador do Brasil nos Estados Unidos; uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de 2015 que propõe que os parlamentares possam assumir embaixadas sem renunciarem a seus mandatos voltou a circular no Congresso Nacional. Autor da PEC, o Capitão Augusto (PL-SP) admitiu que aproveitou o momento para tirar o projeto da gaveta. Ele ainda contou que já falou com Eduardo Bolsonaro sobre o assunto e agora, que terá o apoio do PSL, espera aprovar a proposta ainda neste ano.
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“Agora, vamos acelerar a proposta para tentar preservar o mandato dele, para que ele não precise renunciar” afirmou o deputado Capitão Augusto, contando que Eduardo Bolsonaro achou ótima a ideia da PEC. “Conversamos informalmente no plenário, mas agora vou recolher as assinaturas que faltam. Com o PSL apoiando, devo conseguir”, disse o capitão, que já tem 140 das 170 assinaturas que precisa para protocolar a PEC. A expectativa é, então, que as 30 assinaturas restantes sejam recolhidas nos próximos dias e que a Proposta de Emenda à Constituição seja protocolada ainda neste semestre, antes do recesso parlamentar que começa na próxima quinta-feira (18).
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Capitão Augusto já era aliado da família Bolsonaro por ser o presidente da bancada da bala na Câmara dos Deputados. Porém, fez questão de lembrar que a PEC foi escrita quatro anos atrás. “Propus em 2015, depois que visitei alguns países e vi que alguns embaixadores eram muito fracos de discurso. Percebi que esse cargo deveria ser político. Se o parlamentar pode ser ministro ou secretário e voltar ao mandato, por que não pode ser embaixador?”, questionou, dizendo que a PEC só não andou antes por conta dos conflitos políticos vividos pelo Brasil. “O mandato foi muito tumultuado”, justificou o deputado, dizendo que agora o clima é diferente, sobretudo com a sinalização de apoio do PSL ao projeto.
Críticas
Outros deputados, porém, criticaram a indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Marcelo Carrero (Cidadania-RJ), que é diplomata de carreira, foi um deles. Ele argumentou que, ao escolher o próprio filho para o cargo, o presidente Jair Bolsonaro quebra “a tradição de nomear apenas técnicos para a chefia das Embaixadas, ou seja, diplomatas de carreira”. “Trata-se de algo contraditório em relação ao seu próprio discurso, que fala em acabar com a mamata, com o compadrio, com o nepotismo. Me recorda Crivella nomeando o filho secretário, sob o pretexto de que ele ‘era o melhor que podia oferecer ao Rio'”, escreveu Carrero no Twitter.
Marcelo Carrero também criticou a iniciativa do Capitão Augusto e provocou: “Quer ser diplomata? Faça como eu fiz: preste o concurso e vá estudar no Instituto Rio Branco”. “O Brasil, mais uma vez, será motivo de chacota. Vergonha”, encerrou o diplomata.
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