Os aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília iniciaram esta quarta-feira como terminaram o dia de ontem: com filas nos guichês de embarque, atrasos e cancelamentos de vôos e protestos de passageiros. A pane nos equipamentos de rádio que fazem a comunicação entre aviões e o centro de controle de vôo de Brasília (Cindacta-1), o principal do país, foi considerada a maior de toda a história da aviação brasileira.
No Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, há 15 embarques atrasados e um cancelado, com demoras de até 11 horas. No Aeroporto Santos Dumont, há dois cancelamentos, de acordo com a Infraero. No Aeroporto Juscelino Kubitscheck, em Brasília, há dez vôos cancelados. Em São Paulo, o Aeroporto Internacional de Guarulhos registra seis embarques atrasados, com demoras de até cinco horas.
O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luis Carlo Bueno, anunciou ontem o restabelecimento das comunicações no Cindacta 1, após participar de reunião de emergência com o presidente Lula. Após paralisações de 15 minutos pela manhã e de duas horas no início da tarde, a Aeronáutica mandou suspender, a partir das 19h30, todas as decolagens dos Aeroportos de Congonhas (SP), Juscelino Kubitschek (DF) e Confins (BH), provocando caos nos três terminais.
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Foi a primeira vez, desde a criação da atual estrutura dos Cindactas, há 23 anos, que ocorreu uma pane dessa dimensão. “Nunca houve um dia como este na aviação civil brasileira”, disse, em Brasília, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi.
Coube à Anac solicitar às empresas a suspensão dos vôos que partiam dos três aeroportos e a colocação de aviões extras para atender à demanda reprimida hoje. Pegas de surpresa, as companhias ainda estudavam, no início da noite, planos de emergência. Apesar de irritadas, as empresas preferiram não se manifestar sobre a crise.
Até as 22h30, algumas das 20 freqüências de rádio usadas no contato com aviões continuavam inoperantes. Ao contrário dos outros dois apagões ocorridos este ano, quando controladores recorreram a uma operação-padrão, aumentando o intervalo entre as decolagens, ontem a pane inviabilizou completamente as operações.
PublicidadeA Anac divulgou que houve 350 atrasos em vôos só entre meia-noite e 17 horas. A crise provocou uma reunião de emergência, convocada no fim da noite no Palácio do Planalto, com a participação do alto escalão da Aeronáutica e do ministro da Defesa, Waldir Pires.
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