Na cidade do Rio de Janeiro, a soma de votos nulos, brancos e de abstenções no segundo turno chegou a 41,5%. Em Cuiabá (MT), alcançou 41,03%.
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Para o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, o alto índice de abstenções enfraquece e debilita os mandatos, especialmente em um momento delicado como o atual. Na avaliação dele, o índice de abstenções, apesar de mostrar uma descrença do brasileiro com a política, não traduz toda a realidade.
“Verificamos, por exemplo, que, nos estados onde a biometria avançou mais, a abstenção caiu de 18% para 10% ou 11%. Nestes locais, os cadastros estão mais atualizados. Isto foi constatado fazendo uma leitura crítica dos números da Justiça eleitoral. Sobre eles pesam outros fatores, como pessoas que morreram recentemente e que ainda constam como ausentes, ou ainda pessoas que mudaram de domicílio e que também entram na estatística dos ausentes”, afirmou Gilmar Mendes.
Questionado sobre a possibilidade do voto no Brasil deixar de ser obrigatório, o ministro afirmou que o caminho não é este. “Queria aproveitar para me posicionar contrário àqueles que se manifestam contra o voto obrigatório. O Chile acaba de fazê-lo e acaba também de colher um catastrófico resultado. O nível de abstenção foi de 60%, o que é um fato de deslegitimação brutal das eleições”, afirmou.
Escolas ocupadas
Devido às manifestações de estudantes, que ocupam escolas em todo o país em protesto contra a aprovação da PEC 241 – que cria um teto de gastos públicos – o custo das eleições aumentou em R$ 3 milhões. Foi necessário mudar alguns colégios eleitorais de endereço, principalmente no estado do Paraná.
Em Curitiba, por exemplo, que foi a mais afetada pelas ocupações, cerca de 700 mil eleitores precisaram ser realocados para outros locais de votação. “Não foi só um incomodo, talvez alguma contribuição tenha se dado para a abstenção”, afirmou Gilmar Mendes.
Segundo balanço divulgado pelo TSE com quase 100% das urnas apuradas, foram registradas 293 ocorrências com eleitores. Dessas, 94 resultaram em prisões. Do total de prisões, 61 ocorreram por “boca de urna”; quatro por propaganda ilegal; uma por uso irregular de alto-falantes; uma por transporte ilegal de eleitores; e 27 por motivos não informados pelo tribunal.
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