O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, classificou como “piada” informações de que seu nome deve estar na lista dos políticos envolvidos com o esquema de corrupção descoberto pelas investigações da Operação Lava Jato. Até a próxima quarta-feira (4), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve pedir a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar agentes políticos que estejam ligados aos desvios de recursos na Petrobras.
“Pergunte ao Janot”, afirmou Neves ao ser questionado na noite desta sexta-feira sobre um suposto envolvimento com o grupo de Alberto Youssef. A declaração ocorreu após encontro do PSDB em São Paulo, no qual foram discutidas as diretrizes do partido e o posicionamento da sigla diante das manifestações pró-impeachment da presidente Dilma Roussef (PT), marcadas para março.
Até o momento, dois tucanos foram citados como beneficiários do esquema de corrupção da Petrobras. O ex-governador de Minas Gerais e senador Antônio Anastasia (PSDB) e o ex-presidente do partido Sérgio Guerra, morto em março de 2014.
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Durante os depoimentos da Lava Jato, o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como “Careca”, afirmou à Polícia Federal (PF) que entregou R$ 1 milhão na residência do ex-governador tucano. Anastasia negou qualquer envolvimento no esquema.
Já o ex-presidente do PSDB recebeu propina da Petrobras para ajudar a travar as investigações da primeira CPI da Petrobras, instituída ainda em 2009. A informação é do ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, prestada ano passado ao juiz Federal Sérgio Moro. “Nós estamos mais preocupados como homens públicos é com a fragilidade crescente do governo”, limitou-se a responder Neves sobre a citação de tucanos no escândalo de corrupção da Petrobras.
Janot deve pedir até a quarta da próxima semana a abertura de inquérito contra os políticos envolvidos no escândalo de desvios de recursos na Petrobras. Acredita-se que a lista de políticos com algum tipo de relação com o doleiro Alberto Youssef deve ter aproximadamente 40 nomes. Entre os políticos que devem ser investigados estão nomes como o do senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL), beneficiado depósitos bancários do grupo de Youssef que somam R$ 50 mil. Collor também teria recebido R$ 3 milhões de propina a partir de uma negociação entre a BR Distribuidora e uma rede de postos de combustíveis de São Paulo.
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