Sergio Moro se comprometeu a apresentar na sexta-feira (28) os valores recebidos durante o período em que trabalhou no grupo de advogados Alvarez &Marsal, após sua exoneração do Ministério da Justiça em 2020. Moro procura, com a exposição dos dados, provar que não recebeu dinheiro de empresas envolvidas na Operação Lava Jato.
O ex-juiz e ex-ministro é investigado no Tribunal de Contas da União (TCU) pelos serviços prestados ao grupo de advocacia. A suspeita é de que teria agido em interesse próprio durante a Operação Lava-Jato de modo a levar o grupo empresarial Odebrecht à falência, uma vez que a gestão da recuperação judicial do grupo é feita por um dos escritórios pertencentes à Alvarez & Marsal. O processo no TCU chamou a atenção do PT, que cogitou abrir uma CPI na Câmara para investigar a atuação do ex-juiz.
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A ideia de abrir uma CPI não foi bem aceita entre os líderes do partido. “Já desistiram, porque sabem que não iam encontrar nada de errado e iam quebrar a cara”, avaliou Sergio Moro, em um vídeo postado em suas redes sociais. Sobre a investigação no TCU, afirmou que “é um abuso esse processo. Cheio ali de ilegalidade”.
Durante o processo, a Alvarez & Marsal divulgou os rendimentos obtidos com a gestão de recuperações judiciais e falências, totalizando cerca de R$42 milhões de empresas do grupo Odebrecht. Resta, porém, revelar se parte desse dinheiro chegou a ser entregue ao ex-juiz durante seu serviço à empresa: dado esse que, por conta de uma cláusula contratual de confidencialidade, só pode ser entregue com o consentimento de Moro.
Moro se comprometeu a revelar seus rendimentos no escritório. “Eu quero ser transparente. Quero acabar com essa história e com todas essas mentiras. Eu vou divulgar na sexta-feira todas essas informações: quanto que eu ganhei, quanto que eu recebi. Mostrar que não recebi nada de empresa investigada na Operação Lava-Jato. Quem fala isso mente”, declarou.
Moro nega que a decisão seja por conta de pressão externa. “Não estou cedendo ao TCU. O tribunal está abusando, mas eu quero ser transparente com a população brasileira, como toda pessoa pública deve ser”.
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