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Segundo o texto dirigido a Lewandowski, a permanência de um deputado réu e alvo de acusações graves no comando da Câmara representa um “escárnio às leis” e reforça o sentimento “antipolítica” e de aversão ao Congresso.
“A permanência do referido deputado como chefe de uma das Casas do Congresso Nacional, a despeito das graves denúncias que pesam contra si, traduz-se para a população como verdadeiro escárnio às leis que regem a nossa democracia. E, pior, reforça o sentimento antipolítica que permeia a sociedade brasileira e a aversão ao Congresso Nacional, tido em inúmeras pesquisas de opinião como uma das instituições menos confiáveis”, afirmam os parlamentares.
O pedido de Janot foi entregue ao Supremo em 16 de dezembro, mas, desde então, segue sem análise. Para o procurador-geral, a saída do peemedebista da presidência e do próprio mandato de deputado é necessária para a preservação das investigações contra ele. Em seu pedido, a PGR afirma que documentos apreendidos pela Operação Lava Jato nos escritórios e nas residências do parlamentar, também em dezembro, reforçam as provas reunidas contra Cunha.
“Ratificamos que o número sempre crescente de acusações graves, somado ao grande poder que a função de presidente da Câmara dos Deputados proporciona, mostram que a manutenção de Cunha na Presidência e no exercício do mandato, tendo em vista a enorme influência que exerce sobre um grupo de parlamentares, impede que o interesse público predomine nos trabalhos da Casa”, advertem os autores do documento.
No último dia 10 de março, o Supremo aceitou, por dez votos a zero, a denúncia oferecida por Janot contra o presidente da Câmara por corrupção e lavagem de dinheiro. Mesmo na condição de réu e investigado em outros seis inquéritos decorrentes da Lava Jato, Cunha diz que não abre mão da presidência, como defende um grupo de parlamentares. O peemedebista classificou o pedido de afastamento feito pelo procurador-geral como “cortina de fumaça” para embaçar o processo de impeachment da presidente Dilma. “Tenta tirar o foco. Não li o pedido e o que está ali são coisas absurdas e pretéritas”, declarou ainda em dezembro.
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