A saída do DEM e do MDB do Centrão reforça a aliança entre os dois partidos e o seu antagonismo em relação à figura do líder do PP, Arthur Lira (AL), pré-candidato à presidência da Câmara. O presidente e líder do MDB na Casa, Baleia Rossi (SP), tem relação estreita com o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Os emedebistas formam a maior bancada aliada de Maia, com 35 parlamentares. O PSDB tem 31 e o DEM, 28. O grupo do PSL que rompeu com o presidente Jair Bolsonaro também está ao lado do presidente da Câmara. Para o vice-líder do PSL Junior Bozzella (SP), o movimento reflete não apenas a disputa pela sucessão, como é também um indicativo de quem deverá liderar o processo de discussão de matérias no segundo semestre. Ele avalia que o parlamento tem buscado uma atuação independente e a construção de pautas próprias.
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“O presidente Rodrigo tem força muito grande para impor as agendas. Isso também, de certa forma, pode acabar correspondendo à articulação política que ele possa construir para a sucessão da mesa da Câmara”, disse ele.
O PSL, que planeja formar um novo bloco com PSC, Solidariedade, PTB e Pros, pretende indicar nome próprio ao comando da Casa: o do presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE).
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Proibido pela Constituição de concorrer a um terceiro mandato, Maia ainda busca um nome para sucedê-lo. Aliados dele negam veementemente que o deputado pretenda manobrar para alterar o texto constitucional e tentar se manter à frente da Casa.
PublicidadeFonte do MDB alega que o partido não se sentia parte do bloco liderado por Arthur Lira e que apenas se juntou ao grupo com o objetivo de ocupar cadeiras na Comissão Mista de Orçamento (CMO). Para justificar que não fazia parte do Centrão, o emedebista ressalta que o partido não aceitou cargos para apoiar o presidente Bolsonaro, diferentemente de outras legendas do bloco.
“Do ponto de vista prático, o MDB não fez parte do Centrão. Estão maximizando essa saída do partido”, diz o integrante do MDB sob condição de anonimato. “A Câmara está dividida hoje em três grupos: o de Maia, o de Arthur Lira e a oposição”, acrescenta.
Entre os partidos de esquerda, que podem ser o fiel da balança na disputa, a avaliação é de que MDB e DEM já ensaiavam esse movimento há algum tempo e que o descolamento do bloco era previsível. Além de um incômodo das siglas tradicionais com os poderes conferidos a Arthur Lira, havia uma avaliação de que a participação no blocão passava a mensagem de que estariam automaticamente alinhados com o presidente Jair Bolsonaro.
Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), a divisão reflete leituras diferentes sobre a condução do país entre o campo conservador, que é maioria na Câmara, mas não unânime na avaliação do governo. Ele entende que a divisão não necessariamente tem relação com a sucessão, mas terá consequências na mesma. “A decisão não tem necessariamente vinculação com as disputas pelas mesas da Câmara e do Senado, mas influencia nelas”, avaliou o deputado, que é considerado um dos mais próximos de Rodrigo Maia.
Apesar de considerar as discussões sobre o assunto precipitadas, o deputado afirma que a oposição não irá se vincular a quem der sustentação ao governo Bolsonaro. “Quem não estiver no colo do Bolsonaro, terá o espaço de diálogo com a oposição.”
Disputa interna
No Centrão, ainda não há um nome de consenso e Lira enfrenta rejeição mesmo dentro de seu partido. Há uma disputa interna entre parlamentares do Sul e do Nordeste. O alagoano tem o apoio do presidente da legenda, o senador Ciro Nogueira (PI). Mas é confrontado pelo grupo do deputado Ricardo Barros (PP-PR), um dos vice-líderes do governo no Congresso. Barros é, inclusive, cotado para ser líder do governo na Câmara, no lugar do atual líder, Vitor Hugo (PSL-GO), mas ainda não foi definida uma data para o anúncio da decisão.
O líder do PP também tem um forte adversário na sigla. Mesmo sendo nordestino, Aguinaldo Ribeiro (PB), relator da reforma tributária, goza de prestígio com Maia. Ex-ministro da ex-presidente Dilma Rousseff, Aguinaldo tem perfil conciliador e transita bem na oposição.
Outro nome que não integra o bloco formal, mas faz parte do Centrão é o do deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), ligado à agenda de costumes do presidente. Outros nomes correm por fora, como o do deputado Capitão Augusto (PL-SP).
Na semana passada, Maia lembrou que há hoje cerca de 30 candidatos à sua sucessão. “Dos que estão colocados, todos têm a minha boa vontade e meu carinho”, afirmou. Ele defendeu, porém, que o debate só se inicie depois das eleições municipais. Disse, ainda, ter esperança de que a Casa continue comandada por um deputado reformista.
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Temos um presidente ilegítimo, resultado de uma fraude eleitoral que começou com o golpe contra Dilma e a prisão política de Lula. Uma campanha eleitoral que contou com milhões de dólares investidos na indústria falsificadora do antipetismo, fachada para a luta contra a esquerda e a democracia, luta movida pela AltRight “americana” (Bannon, irmãos Koch, NED, etc). Indústria que comprou consciências, juízes, pentecostais, milicianos e votos.