A representação contra o líder do PSL na Câmara dos Deputados, Eduardo Bolsonaro (SP), cita que o seu tio e irmão do presidente da República, Jair Bolsonaro, Renato Bolsonaro fez pressão para destituir diretórios municipais paulistas já consolidados para acomodar aliados da família Bolsonaro. Assim como Eduardo, Renato Bolsonaro também é alvo de pedido de expulsão.
O documento, que o Congresso em Foco teve acesso, afirma que Renato Bolsonaro se identificava como “representante regional do PSL”. Ele é apontado como corresponsável pelo que o texto classifica como má administração do PSL de São Paulo. Também é citado o deputado estadual e ex-funcionário dos Correios Gil Diniz (PSL-S), conhecido como “carteiro reaça”.
Ao falar do irmão do presidente da República, a representação reproduz reclamação de Walter Alves Moreira Filho, da cidade paulista de Pedro de Toledo:
“Após homologação do diretório passamos a sofrer pressão do próprio PSL através do sr. Renato Bolsonaro, que dizendo representante regional do partido, nomeado pelo Eduardo Bolsonaro, que começou a agir como ditador e não como político, destruindo vários diretórios sem nenhuma reunião ou comunicação de qualquer forma, desconsiderando todo o trabalho anteriormente realizado. Está colocando nos diretórios e nas comissões pessoas que não são da cidade e nunca tiveram nenhum compromisso com o partido”.
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A representação também pede que seja aplicada a expulsão de Eduardo Bolsonaro, Gil Diniz e Renato Bolsonaro do PSL.
O pedido usa como um dos argumentos para reforçar a atuação de Eduardo sobre os diretórios uma mensagem que ele compartilhou no Twitter no começo de outubro:
Nos locais em SP onde houver judicialização do PSL municipal apoiaremos candidatos de outros partidos ou ninguém, simples. Não vamos apoiar alguém só porque é do PSL, nosso público não é assim.
E seguiremos derrubando diretórios não alinhados.
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) October 4, 2019
“A reação do ‘diplomata’ Eduardo Bolsonaro’ mostrou-se totalmente contrária aos interesses do partido e evidencia que ele coloca seus interesses pessoais na frente dos interesses partidários”, consta no documento sobre a mensagem compartilhada no Twitter.
Também são mencionados depoimentos de membros do PSL, que segundo a peça estavam no partido antes do presidente Jair Bolsonaro e seu grupo político, e que perderam o comando de diretórios do PSL.
A crise na sigla foi destacada pelo Congresso em Foco em setembro, quando deputados revelaram ao site que a situação dentro do partido era de racha e possível debandada.
O clima piorou no dia 8 de outubro, quando Bolsonaro disse para um seguidor esquecer a sigla e que o presidente do partido, Luciano Bivar, estava queimado. Desde então, aliados de Bolsonaro e de Bivar travam uma disputa interna. A última delas, acirrada desde ontem, é pela função de líder da bancada na Câmara
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