“Estou otimista em aprovar a reforma tributária”, disse nesta noite (23) o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em live com o jornalista Guilherme Amado, da revista Época. Para ele, as propostas em tramitação no Congresso e o projeto apresentado pelo governo seguem na mesma linha. “O governo federal fez o correto. Não poderia mandar uma proposta que interferisse em impostos de outros entes federados”, afirmou.
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“Minha relação com a equipe do ministro Paulo Guedes é muito boa. Eu e ele tivemos problemas”, disse Maia. Os dois se reuniram na tarde desta quinta e, segundo o presidente da Câmara, foram discutidas também a PEC do Pacto Federativo, a reforma administrativa e projeções econômicas para o país. “Nós tivemos divergências, que foram públicas, mas num limite que nos permitiu conversar hoje no gabinete dele”.
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Muitas matérias podem não terminar sua tramitação até a conclusão de seu mandato na presidência da Câmara, avaliou Maia. “Os próximos 12 meses são decisivos”, disse ele sobre o tempo que resta para votação de propostas polêmicas antes do início das preparações para as eleições de 2022.
Questionado sobre a sucessão na Câmara, Maia lembrou que a Constituição não permite que ele concorra a um terceiro mandato. “De forma nenhuma a gente vai desrespeitar o que diz a Constituição”. De acordo com ele, há cerca de 30 candidatos, número que deverá afunilar para dois a quatro. “Dos que estão colocados, todos têm a minha boa vontade e meu carinho”, afirmou. Ele defendeu, porém, que o debate só se inicie depois das eleições municipais.
Relação com o governo
O presidente da Câmara avaliou como positiva a redução do que ele chamou de “estresse e tensionamento” com o governo e o aumento do diálogo com o presidente Jair Bolsonaro.
Segundo ele, o relacionamento privado com o presidente sempre foi bom, mas havia rusgas no relacionamento público. O deputado considerou que a saída de Abraham Weintraub do Ministério da Educação contribuiu para o distensionamento. “Fundeb foi vitória da Câmara, com apoio do governo, com muito apoio da sociedade”, avaliou ele.
Maia defendeu que seja construída no futuro uma PEC para evitar que militares da ativa possam assumir cargos públicos no governo. “O presidente Bolsonaro sempre disse que nas Forças Armadas havia quadros de qualidade e que ele garantiria espaço para que eles pudessem exercer funções no Executivo. Não foi surpresa para ninguém”, ponderou.
Ele também afirmou que não se deve proibir que filhos de ministro assumam cargos públicos. “Mas você precisa ver se o currículo está compatível com a função”, ressaltou. Esse debate foi reaceso ontem, depois que a revista Veja divulgou que a filha do ministro da Casa Civil, general Braga Netto, é cotada para um cargo de gerência na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Questionado sobre o acúmulo de pedidos impeachment do presidente Bolsonaro, Rodrigo Maia disse que não é hora de tratar do assunto. “Não vejo ambiente político para isso”,respondeu ele. Além disso, ressaltou o deputado, o Plenário desviaria o foco das matérias que visam ao combate dos efeitos adversos da pandemia de covid-19. “Nós temos que ter prioridade no enfrentamento à pandemia, em todos os seus campos”.
A respeito das eleições de 2022, Maia disse que deverá apoiar uma candidatura no campo da centro-direita, sendo mais próxima da direita na questão econômica e mais ao centro na questão dos valores. Ele disse que tem conversado muito com Luciano Hulk, que dialoga com vários campos políticos. Maia considerou importante que o PT seja uma alternativa de poder porque isso fortalece a democracia e o debate político nos processos eleitorais.
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