O advogado Helvidio Nunes Neto, vítima de um tiro disparado pelo deputado estadual Alexandre Knoploch (PSL-RJ), contou detalhes ao Congresso em Foco do que aconteceu na madrugada do último dia 2. Segundo sua versão, os deputados do PSL do Rio de Janeiro, Rodrigo Amorim, Gustavo Schmidt e o autor do disparo, não tinham sido convidados para participar do evento no bar Noah, em Brasília, e ameaçaram chamar a fiscalização para entrar. A celebração não tinha caráter político, mas nas palavras de Helvidio, era uma “festa clandestina”, regada a bebida. Knoploch nega essa versão.
O advogado contesta que sofreu o tiro em legítima defesa e diz que os responsáveis pelo bar o expulsaram do local após ter sido baleado e tentaram convencê-lo a não chamar a ambulância e a polícia. Sem sucesso, teriam feito com que inventasse uma história.
Segundo Helvidio, a defesa do deputado Knoploch tentou convencê-lo a mudar sua versão para a polícia e chegou a fazer um depósito em dinheiro em sua conta. A defesa do parlamentar contesta essa história.
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O Congresso em Foco teve acesso exclusivo a imagens daquela noite e das conversas entre a vítima e a defesa do deputado, que você confere a seguir.
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Às 16 horas do dia 1º de julho, Helvidio foi convidado por uma amiga, conhecida como Dida, para uma festa clandestina. “Mas é segredo o local”, disse a mulher. Em conversa com outra amiga, à 00h24 do dia 2, ele foi informado que seu nome estava na lista. A mulher identificada como Maga Lee, afirmou que era proibido publicar fotos no local para evitar multas ao dono do Noah, que fica na quadra 408, da Asa Sul de Brasília. A festa aconteceu mesmo com um decreto local que proibia esse tipo de aglomeração por conta da pandemia da covid-19.
PublicidadeCarteirada
Helvidio disse que três pessoas de terno, que não tinham sido convidadas para a festa, entraram no local por volta das 2h horas da manhã. “Começou aquele murmurinho, aquele disse me disse, aquele mal estar. Até que alguém falou que os três eram deputados e que escutaram o barulho e queriam participar da festa”. Segundo o advogado, o segurança tentou barrá-los e “eles deram carteirada”. Helvidio afirma que o trio disse que iria entrar ou chamaria “a fiscalização e denunciar o evento.”
A equipe do deputado Knoploch afirmou em nota encaminhada ao Congresso em Foco no último dia 10, que o deputado “foi vítima de uma agressão covarde quando saia de um restaurante”. A equipe do deputado Ricardo Amorim, afirmou no mesmo dia ao site, que a confusão aconteceu em frente “a um restaurante onde havia acontecido um encontro privado de caráter político”. Helvidio contesta ambas histórias.
Sobre a nova versão apresentada por Helvidio Neto, a equipe do deputado afirmou que “não condiz com a realidade dos fatos” e que “o deputado foi convidado para uma reunião particular em Brasília. Ou seja, a versão sobre ‘carteirada’ não é verdadeira”.
O deputado Rodrigo Amorim afirmou que a vítima do disparo comete crimes ao fazer tal afirmação. “O sr. Helvidio, na terceira versão que conta, ao declarar que o deputado Rodrigo Amorim exigiu entrar em uma ‘festa clandestina’ usando uma identificação de deputado, comete crimes. O sr. Helvidio acusa o deputado de infração ao artigo 316 do código penal e tal acusação falsa não pode ficar impune”, disse por meio de nota.
O deputado Gustavo Schmidt se negou a responder às novas acusações.
Legítima defesa
Segundo Helvidio a confusão começou quando “o pessoal começou a ficar bêbado e os deputados começaram a dar em cima das meninas que estavam lá. A maior parte delas estava acompanhada”. Ele afirma ainda que ao voltar do banheiro viu um dos deputados “dando um murro” em seu amigo Jonatas, que estava tentando ir para cima dos deputados. Helvidio diz também que o trio saiu do bar, mas não teria ido embora. “O Jonatas foi atrás deles e eu fui atrás do Jonatas”.
Em nota, os deputados afirmaram que o tiro aconteceu em legítima defesa. Porém, Helvidio afirma que essa versão é falsa, pois, o disparo aconteceu quando estava correndo para fugir do homem armado.
“O primeiro deputado que eu vi de óculos e moreno, na descrição que ele [Jonatas] falou, eu firmei um murro bem forte na têmpora, acima do olho esquerdo dele. Aí ele bambeou pra trás e sacou a arma. Eu não sei dizer se ele caiu, ou foi quase caindo que ele sacou a arma. Eu acho que ele caiu. Ele caiu de bunda no chão e eu fiquei desesperado. Eu dei um pulo e saí correndo para dentro do bar. Escutei o barulho do tiro. Eu senti uma ardência no pé e continuei correndo para dentro do bar e fui para o final do Noah e sentei no chão do Noah e pedi para ligarem para a ambulância”, relata a vítima.
Knoploch diz que “agiu em legítima defesa, disparando contra o pé de um homem que o agrediu, em via pública, pelas costas”.
“No dia seguinte ao ocorrido, [o deputado] foi contactado pelo próprio Helvido que lhe pediu desculpas pela agressão e confirmou que havia confundido o deputado com outra pessoa”.
Reação do bar
Helvidio conta que após ser baleado e se refugiar no bar, os responsáveis pelo estabelecimento tentaram convencê-lo a não chamar socorro, já que isso implicaria em multa. Ele diz que foi carregado para fora do bar e colocado na calçada. “Eu morrendo de medo de morrer cara. Para mim o cara queria me matar. Maluco, o cara toma um cascudo, mesmo que tenha sido um murro, saca uma arma e atira? Ele tentou me matar ali”, afirma a vítima.
“Todo mundo foi embora antes da polícia chegar, só ficou um rapaz amigo do dono do bar. E ele ficou pressionando a minha amiga Adriana a mentir, a falar que o tiro, que a confusão, não tinha acontecido no Noah. Era pra gente falar que a gente viu um casal brigando saindo no Burger King e foi nesse meio que ele atirou em mim”, relata o advogado.
O Congresso em Foco entrou em contato com o dono do bar e apresentou as acusações, mas até o momento não obteve resposta.
Outra versão
Um acordo extrajudicial foi fechado entre o advogado e o deputado. O acordo seria o pagamento de R$ 15 mil, divididos em 12 parcelas. A primeira foi paga antes da assinatura do documento. Após o depósito de R$ 1.250, o advogado Claudio Castro Mattos, que representa Knoploch, tentou convencer Helvidio a mudar a versão oficial na delegacia, diz a vítima.
A proposta para um acordo partiu do próprio Helvidio, como é possível notar nas mensagens encaminhadas para a reportagem. “Vou analisar as possibilidades e precisaríamos avaliar a forma do seu depoimento para que possamos demonstrar a desnecessidade do prosseguimento”, disse Claudio para Helvidio. “É importante que a gente alinhe bem o acordo para que eventual depoimento na delegacia não inviabilize”, disse a defesa. Após sair do hospital, no entanto, ele voltou atrás e seu advogado devolveu o dinheiro para a Claudio. Ele justifica que estava abalado quando aceitou fazer o acordo.
A reportagem entrou em contato com Claudio Mattos, que afirmou que o “senhor Helvidio Neto falta com a verdade desde o ocorrido”.
O Congresso em Foco encaminhou então os prints das conversas que teve acesso e Claudio afirmou que a troca de mensagens foi no dia seguinte ao ocorrido, ou seja, no dia 3. “Depois disso ele constituiu advogado e não conversei mais com ele diretamente”, disse.
“A primeira versão que ele deu não condiz com o ocorrido. Existem filmagens já anexadas ao inquérito que demonstram que a primeira versão dada pelo Helvidio e por sua namorada não condizem com a realidade. Ela afirmou à polícia que eles estariam passando, de Uber, quando supostamente avistaram um casal discutindo na rua e ele teria parado para intervir e, ao descer do carro, teria sido atingido por um tiro”, afirmou Claudio.
Helvidio, porém, nega que tenha dito isso e afirma que no primeiro depoimento, ainda no hospital, contou a versão relatada nesta reportagem. O caso segue em sigilo.
O Congresso em Foco perguntou ao advogado de defesa se em algum momento ele teria utilizado o pagamento da primeira parcela do acordo para pressionar por uma nova versão. “De forma alguma. O acordo se deu no sentido de ajudá-lo com despesas de fisioterapia, mesmo ele tendo reconhecido que teria agido covardemente ao dar um soco, por trás, no deputado”, disse.
A assessoria do deputado afirmou reiteradas vezes que o político do PSL foi procurado por Helvidio e que foi a própria vítima do tiro que propôs o acordo para pagamento das despesas médicas.
Veja a nota do deputado Knoploch na íntegra:
O deputado estadual Alexandre Knoploch afirma que vê com muita estranheza a nova versão dada pelo advogado Helvídio Neto. Reitera ainda que agiu em legítima defesa e moverá uma ação penal contra Helvídio, inicialmente, por calúnia e difamação.
Isso porque a versão por ele apresentada mais recentemente não condiz com a realidade dos fatos. No último dia 2, o deputado foi convidado para uma reunião particular em Brasília. Ou seja, a versão sobre “carteirada” não é verdadeira.
Além disso, a defesa de Alexandre Knoploch não tentou fazer nenhum acordo financeiro com Helvídio, após o ocorrido. O que houve foi um acordo para custeio de despesas médicas, a pedido do próprio Helvídio. Foram combinadas 15 parcelas no valor de R$ 1.250, para arcar com serviços como os de fisioterapia.
A defesa de Knoploch não tentou convencer Helvídio a mudar de versão em nenhum momento. Pelo contrário: a iniciativa de procurar a delegacia de polícia partiu do próprio parlamentar, relatando a veracidade dos fatos, em boletim de ocorrência. Foi dele também a iniciativa de pedir exames complementares, provando que não havia ingerido álcool.
Vale a pena lembrar que Knoploch agiu em legítima defesa, disparando contra o pé de um homem que o agrediu, em via pública, pelas costas.
No dia seguinte ao ocorrido, foi contactado pelo próprio Helvídio que lhe pediu desculpas pela agressão e confirmou que havia confundido o deputado com outra pessoa.
O parlamentar afirma também que não cederá a nenhuma tentativa de extorsão.
Veja a íntegra da nota do deputado Rodrigo Amorim:
1- O sr. Helvidio, na terceira versão que conta, ao declarar que o deputado Rodrigo Amorim exigiu entrar em uma “festa clandestina” usando uma identificação de deputado, comete crimes do artigo 138 do Código Penal (Calúnia – imputar crime a outrem de forma falsa) e do código 139 (Difamação – difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo a sua reputação). O sr Helvidio acusa o deputado de infração ao artigo 316 do código penal (Concussão – exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida) e tal acusação falsa não pode ficar impune.
2- O deputado se vê obrigado a repetir, pela terceira vez, que foi apenas testemunha de fatos, conforme devidamente registrado em delegacia de Polícia Civil, e que foi convidado por terceiros a ir ao restaurante para um encontro político; no local havia música em som ambiente, em volume baixo.
3- A insistência do sr. Helvídio com essas acusações é algo a se estranhar, e o deputado espera que não haja nenhuma relação com a sua pré-candidatura a prefeito do Rio.
A suposta vitima se diz advogado, é comete erros que nem acadêmico de direito ou qualquer pessoa com o minimo de discernimento o faria. Se alguém conseguir me explicar a possibilidade física, de como uma pessoa consegue ser baleada na parte da frente do pé, se ela esta correndo em direção oposta ao atirador. Ainda cabe salientar, que conforme as imagens do ferimento e do sapato, demonstram que a bala entrou pela parte de cima do sapato e não pelo solado, para que algum pseudo espertinho, não fale que foi no momento em que estava com o pé levantado enquanto corria. Qualquer pericia desmente a versão do advogado.
Se vc observar o ferimento, é possível notar que o disparo não foi de cima para baixo, e sim de um lado para o outro na horizontal em relação ao pé. dando a entender duas situações possíveis:
Segundo o alvejado, relata que após socar a vitima, esta caiu de bunda ao solo. Podendo a vitima ter sacado a arma ainda deitada ao chão e efetuado o disparo contra o pé do agressor, que teria a trajetória paralelamente ao chão, na horizontal;
Outra hipótese, menos plausível e até difícil de explicar por meio da escrita, seria o agressor ter levantado a perna esquerda e de alguma forma ter sido acertado.
99% a primeira hipótese é mais provável, juntando a confissão da agressão e do tombo da vitima, mais a imagem do disparo no pé do agressor. E tem mais uma coisa. O pé esquerdo é o pé de apoio de quem chuta com a direita. Possa ser que o agressor estivesse tentando, ou desferindo chutes contra a vitima.
Afinal de contas essa gente poderia ter entrado e consumido nesse bar? Todos que estavam lá desobedeciam as normas da pandemia?
Se o cara que levou o tiro tivesse uma arma para se defender…
se ele tivesse uma arma, não agiria dessa forma.
Minions querendo arma pra isso? e ninguém vai preso?
Armas são para isso. Legitima defesa. Se for provado que não foi em legitima defesa, o mesmo perde o direito ao porte e a posse, além de responder por lesão corporal, dependendo, poderá ser de natureza simples ou grave como descrito nos § 1 e 2 do Art.129
Ohh fia,isso ai só foi um : sabe com quem ta falando, de idiotas armados