Acompanhado de seus ministros e do vice-presidente, Hamilton Mourão, o presidente Jair Bolsonaro disse que Moro era “um ídolo” para ele e elogiou seu trabalho como juiz federal, mas se disse decepcionado e surpreso com o comportamento do agora ex-ministro. Segundo ele, Moro não o teria procurado para anunciar a saída do governo.
Ele também alegou que Moro não o queria na cadeira presidencial. “Moro tem compromisso consigo próprio e com seu ego, não com o Brasil”, acusou.
“Se ele quisesse independência, como eu tenho, ou autoridade, poderia ter vindo como candidato em 2018”, disse Bolsonaro fazendo referência a supostas pretensões políticas de Moro.
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Sobre a autonomia dada a Moro no comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Bolsonaro ponderou que “autonomia não é sinônimo de soberania” e disse não abrir mão de seu poder de veto. Ele também reclamou da falta de reciprocidade de Moro no relacionamento entre eles.
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“Eu sempre abri o coração para ele, eu já duvido se ele sempre abriu o coração para mim. Eu sempre disse aos meus ministros: a confiança tem que ter dupla mão. Eu também quero que o ministro confie em mim.”
Discordâncias
Além das discordâncias sobre a indicação para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro também evidenciou outras contraposições entre ambos.“Os ministros têm a obrigação de estar junto comigo. Caso contrário, não estão no governo certo”, disse.
Bolsonaro lembrou de episódios como o da cientista política Ilona Szabó, que Moro tentou indicar para uma suplência no Conselho Nacional de Política Criminal. Szabó tem posicionamentos que batem com algumas das bandeiras defendidas por Bolsonaro e seu entorno. “Eu não posso conviver, ou fica bastante difícil a convivência, com uma pessoa que pensa diferente de você”.
Bolsonaro disse, ainda, estar lutando contra o sistema político e o establishment. “Continua não sendo fácil, mas pode ter certeza: hoje em dia eu conto com muitos parlamentares dentro do Congresso Nacional que já comungam com essa tese, de vários partidos, exceto da extrema esquerda”, disse ele em aceno aos parlamentares.
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Bolsonaro demonstra ser paranóico em grau avançado. Deveria ser impedido por causa desse problema mental. É um maluco! Já cismou e demitiu uns oito ministros, eu acho. Mesmo q o ministro seja fiel a ele, se ele cismar, demite-o. A verdade é q afasta qquer um q supostamente seja seu concorrente nas próximas eleições ou q tape o seu pretenso brilho. É um maluco q até hoje ainda continua em campanha, em vez de governar. Estamos lascados! Nossa sina é sofrer! Lula duas vezes, Dilma quase duas e agora Bolsonaro. PQP!
Quando um presidente reune todos os seus subordinados para fazer um pronunciamento de uma demissão que poderia ser rotineira é porque A CASA CAIU, e espero que entre esses dois não sobre nenhum deles.