Os presidentes da Câmara e do Senado convocaram na noite desta quarta-feira (11) reunião de emergência com a cúpula do Congresso Nacional e integrantes do governo para discutir os impactos do coronavírus na economia brasileira. Estavam presentes líderes partidários das duas Casas, os ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; da Economia, Paulo Guedes; da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
O ministro da Saúde disse aos parlamentares que o impacto do coronavírus na economia será muito grande e pediu a liberação de R$ 5 bilhões para o enfrentamento da doença. Esse dinheiro seria proveniente da negociação em torno das emendas ao orçamento. O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), defendeu que seja repassado mais do que isso, R$ 15 bilhões.
Além dos alertas de caráter econômico, o ministro também disse que pode haver um aumento exponencial no número de casos confirmados nas próximas horas.
Segundo relatos de parlamentares que participaram da reunião, o ministro Paulo Guedes usou a ocasião para defender as reformas como forma de combate à crise e criticou o aumento de gastos, como a ampliação do BPC aprovada mais cedo pelos congressistas. Guedes defendeu que a saída para os problemas que Brasil enfrente é política.
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O líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que a fala do ministro Paulo Guedes mostra que “ele insiste na mesma ladainha de sempre que já não vem dando resultado – reformas, reformas e reformas”. Segundo Molon, o ministro falou da necessidade de se evitar instabilidade e provocações de parte a parte. “Seria ótimo se ele falasse isso para o chefe dele”, rebateu Molon.
“A economia brasileira vai entrar em recessão porque o ministro da Economia e o presidente da República não sabem o que fazer. Apostam em reforma administrativa que não vai ter impacto nenhum no curto prazo”, disse. Como resposta, Molon defendeu reforma tributária progressiva para aquecer a economia e a suspensão temporária do teto de gastos por um ou dois anos.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) cobrou ações práticas do governo no contexto da crise de saúde e disse que faltou concretude na reunião. “O que nós vamos ter para garantir os elementos que são básicos, como máscaras. Hoje ainda tem e quando começar a acabar?”, questionou ela.
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