Com o fim do Carnaval, dois focos de tensão devem dominar o debate político e esgarçar ainda mais as relações do Planalto com o Congresso Nacional e os governos estaduais. Na avaliação de parlamentares e governadores, o fato de Jair Bolsonaro (sem partido) não reprimir a paralisação ilegal de policiais militares no Ceará nem refrear as convocações para uma manifestação contra o parlamento são sinais de que o grupo do presidente busca se beneficiar dessas ações, ainda que isso custe a estabilidade democrática do país.
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No Ceará, a paralisação ilegal de policiais militares já está em seu oitavo dia. No período, segundo contabilidade da Secretaria de Segurança Pública do estado, foram registrados 170 assassinatos. A resposta do governo federal à situação foi o envio de tropas da Força Nacional para, nas palavras do ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), “garantir a proteção da população em substituição aos policiais que paralisaram suas atividades”.
O governo tem apostado em uma retórica que não condena a greve da corporação cearense, ainda que a Constituição proíba a paralisação de policiais militares. Em sua visita ao Ceará nesta segunda-feira (24), Moro, por exemplo, não condenou o movimento.
“Os policiais do país inteiro, não só do Ceará, são profissionais dedicados, que arriscam suas vidas, são profissionais que devem ser valorizados. É o momento de servir e proteger, acalmar os ânimos”, afirmou o ministro.
Há outras ações sendo entendidas por lideranças políticas como sinais de tolerância do Planalto com o motim dos militares cearenses. Na quarta-feira (19), mesmo dia em que o senador Cid Gomes foi baleado ao avançar sobre um grupo de grevistas com uma retroescavadeira, o presidente Bolsonaro recebeu para um almoço, em Brasília, o deputado estadual André Fernandes (PSL-CE), um dos principais apoiadores da greve dos policiais militares na Assembleia Legislativa do estado.
PublicidadeAlmocei hoje com o PR @jairbolsonaro, onde compartilhei algumas demandas do nosso Ceará.
Agradeço ao Presidente Bolsonaro pela confiança e amizade. 🇧🇷 pic.twitter.com/JmvNnpj0GI— André Fernandes (@andrefernm) February 19, 2020
A leniência do governo federal tem despertado em outros governadores o medo de que o movimento do Ceará inspire novas paralisações. Segundo João Doria (PSDB), governador de São Paulo, o assunto tem sido debatido em um grupo de WhatsApp dos governadores.
“Há uma preocupação, sim, nesse sentido. Esperamos que o governo federal saiba colocar isso dentro de um sentimento institucional que não eleve ainda mais essa perspectiva”, afirmou o governador ao Valor Econômico. Ele revelou ainda que o grupo tem conversado sobre a necessidade de escrever uma nova carta ao presidente, dessa vez sobre a greve da PM.
Líderes do Congresso também criticam o modo como o Planalto tem reagido à paralisação das forças de segurança do Ceará. André Figueiredo (CE), líder do PDT, partido de Cid Gomes, cobra uma declaração clara do governo a respeito do motim.
“O envio da Força Nacional é louvável, mas o presidente da República tem que se encarar como tal e dar uma declaração condenando veemente o que ocorre no Ceará. Isso não foi feito até agora; muito pelo contrário, o que se vê são os filhos do presidente dando declarações sinalizando apoio ao movimento”, afirmou.
Dia do foda-se
O segundo ponto de tensão que deve se intensificar na retomada das atividades do Congresso Nacional após o Carnaval é a manifestação que tem sido chamada por bolsonaristas de “dia do foda-se”. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro passaram a convocar um ato em defesa do presidente para o dia 15 de março após as declarações do ministro general Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) de que o Congresso estaria chantageado o Planalto.
Em uma conversa privada com os ministros Paulo Guedes (Economia) e Luiz Eduardo Ramos (Governo), a respeito do orçamento impositivo, Heleno disse: “nós não podemos aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo. Foda-se”.
Desde então, o tom de convocação da manifestação tem sido de fortes críticas ao parlamento, com ataques pessoais a Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) e ofensivas institucionais contra a Câmara e o Senado. Em linhas gerais, as convocações do ato defendem que o parlamento tem agido contra as tentativas do Planalto de implementar projetos benéficos ao país.
A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), chamou para o ato afirmando que há forças no Congresso querendo minar o governo.
Sim! Há forças no congresso querendo MINAR o Governo.
Você votou no PR @jairbolsonaro esperando que o congresso governasse ou o Presidente? Você confia neste congresso?
Eu estarei nas ruas para mostrar aos Senadores e Deputados q quem governa é o EXECUTIVO e não o legislativo!
— Carla Zambelli (@CarlaZambelli38) February 23, 2020
Como as convocações para a manifestação e os ataques ao parlamento tem partido de gente próxima ao Planalto, líderes do Congresso têm reagido com vigor. Arthur Lira (PP-AL), líder do centrão na Câmara, lamentou o desconhecimento da Constituição por parte do general Heleno e disse ser um defensor das prerrogativas do Congresso.
“Nesse momento de tensão e radicalização, como podemos observar nos fatos preocupantes ocorridos nesta semana, o parlamento tem um papel norteador para não perdermos o foco na busca do desenvolvimento econômico e, principalmente, social do nosso País”, afirmou.
Como a manifestação foi ensejada por uma declaração do general Heleno, a figura de militares tem sido exaltada nos preparativos para o ato. Isso levou o ex-ministro da Secretaria de governo, general Santos Cruz, a criticar a associação de militares a esse tipo de movimento político. Em dois tuítes, o militar chamou a atitude de grotesca e irresponsável.
“Exército – instituição de Estado, defesa da pátria e garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem. Não confundir o Exército com alguns assuntos temporários. O uso de imagens de generais é grotesco”, escreveu, finalizando com o destaque de que “manifestações dentro da lei são válidas”.
Em outro post, o general voltou a falar sobre o tema. “Exército Brasileiro – instituição de Estado, defesa da pátria e garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem. Confundir o Exército com alguns assuntos temporários de governo, partidos políticos e pessoas é usar de má fé, mentir, enganar a população”.
Assim como no caso do motim da PM no Ceará, o governo, que pode se beneficiar politicamente da manifestação, não tem condenado as convocações ao ato que recorrem a propostas antidemocráticas, como, por exemplo, o fechamento do Congresso Nacional.
Para o líder do PDT na Câmara é inadmissível que generais cujas imagens estão sendo utilizadas na convocação do ato, como Heleno e Mourão, ainda não tenham vindo a público repudiar as ações de caráter antidemocrático.
André Figueiredo relata que os líderes da Casa ainda não conversaram sobre o tema porque as convocações se intensificaram no período de Carnaval, mas, certamente, diz ele, os parlamentares vão debater o assunto e estão “prontos para resistir”.
A postura do presidente não tem sido criticada apenas pelos parlamentares. João Doria também se manifestou sobre o tema.
Para o governador de São Paulo, o ato é “inoportuno”. “Vejo com preocupação. Não podemos ter escalada autoritária. Vivemos numa democracia. O regime democrático prevê respeito pelos poderes: Legislativo, Judiciário e o próprio Executivo”, afirmou.
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FODA-SE O CONGRESSO NACIONAL, FODA-SE O JUDICIARIO E PRINCIPALMENTE OS BANDIDOS DO $TF, O BRASIL PRECISA SE LIBERTAR DESTA BANDIDAGEM CORRUPTA E INSTITUCIONALIZADA NOS PODERES….
De acordo. Orçamento impositivo á própria palavra já diz: Orçamento por imposição.. do congresso. O Executivo aloca recursos tributários pro país, e legislativo impõe uso desses recursos a seu bel prazer e de seus numerosos assessores, agregados,aliados, etc e tal.(Como diz o cantor Falcão).Tá na hora do Bolsonaro livrar-se já já, desta chantagem.
Abaixo do Orçamento Impositivo …..
Mas o problema é que os militares foram comprados também por aceitar que o congresso aprovasse o aumento de seus soldos. Mas é completamente diferente de Emendas Parlamentares.
O dinheiro liberado por essas emendas é uma verdadeira Caixa Preta. Pela história sabemos que uma grande parte desses recursos tem um destino incerto.
A proximidade que faz entre o nariz de um político com o cheio do dinheiro é o efeito narcótico. O sujeito fica loucão.
O papel de um congressissta é aprovar projetos e naõ manipular dinheiro.
Precisamos separar completamente o político do cheiro do dinheiro.
O destino é certo, sim senhor: O bolso dos congressistas.
Exatamente, é o que quis dizer.
Esses bandidos estão chantageando o executivo sim!
Maia e Alcolumbre são dois bandidos que comandam uma quadrilha chamada Congresso. E a extrema imprensa apoia toda mazela que estão fazendo, não só contra o Bolsonaro, mas principalmente com a nação!
Dia 15/03, “F.O.D.A-S.E!”
Engraçado, quando o congresso era comandado pelo Eduardo Cunha e deixava o país ingovernável barrando projetos do governo Dilma para sairmos da crise não via esse chororô.
Estás brincando, não?
Ou esquecido, quem sabe?
O Cunha só virou oposição depois que o PT resolveu votar contra ele e ele foi cassado.
E Dilma não tinha nenhum projeto para sairmos da crise. Isso porque foram seu governo e do Lula que nos colocaram na crise em que nos encontramos.
Agora que estamos no rumo certo, ficam de mimimi, criando Fake News atrás de Fake News, e não deixam o governo trabalhar. Mas não tem chororô, apenas reação, já que a toda ação…
A imprensa de esquerda não tem jeito mesmo, tem que continuar produzindo falsas conclusões, e colocando a responsabilidade nas costas do Presidente Bolsonaro:
É uma grande mentira falar que o Presidente Jair Bolsonaro não reprimiu a paralisação dos policiais militares no Ceará. O Governador do PT sim, não fez nada para impedir a paralisação, e quando o Governo Federal foi chamado, depois da iniciativa desastrosa do Senador Cid Gomes, as forças de Segurança Nacional, bem como o Exercito Brasileiro, foram enviados para lá, e a resposta foi imediata, para restabelecer a segurança e ordem para a população mais carente, inclusive o Ministro Sérgio Moro esteve lá também..
Quanto a manifestação agendada para o dia 15.03, é uma iniciativa dos cidadãos de bem deste País, que querem botar ordem na casa, dando um recado direto para os Presidentes do Câmara e do Senado Federal, bem como para o STF, dizendo que chega de querer encostar o Poder Executivo na parede, ameaçando não votar as pautas importantes para fazer o Brasil voltar a crescer, como as reformas administrativa e tributária, se não aceitar um orçamento impositivo de R$ 30 bilhões, num ano eleitoral, para bancar a eleição/reeleição da turma da esquerda, na compra de votos.
Chega de querer implantar um parlamentarismo branco no Brasil, sabemos que os poderes legislativo e judiciário estão sim a serviço da esquerda, especialmente do PT, pelas enormes vantagens recebidas num passado recente, no toma lá da cá que existia de maneira escancarada.
O Governo Bolsonaro está dando certo, justamente porque não loteou os cargos do poder executivo, como era feito na época do PT, agora as pessoas estão sendo convocadas pela sua competência profissional, e pela sua trajetória de vida ilibada. Podem ter certeza que o Brasil vai continuar crescendo, e eu não tenho nenhum receio em falar que este ano será na faixa dos 3%.
Pedir o fechamento do congresso e do STF para dar poderes absolutos ao executivo é o que então. Estranho que quando o congresso encabeçado pelo Eduardo Cunha fazia chantagem ao governo Dilma não vi nenhum tipo de manifestação contra. Ditadura de esquerda não pode mas de direita pode?