Coordenador da Comissão de Barragens da Câmara dos Deputados, Zé Silva (Solidariedade-MG) propôs ao governo um pacto que garanta a exploração sustentável da próxima região de Minas Gerais a ser explorada através da mineração: o Vale do Jequitinhonha. A intenção, que recebeu o apoio do deputado federal Euclydes Pettersen (PSC-MG) e de prefeitos da região, é evitar que a região sofra com atividades danosas ao meio ambiente e que possam provocar tragédias como as de Brumadinho e Mariana. Afinal, a maior reserva de lítio do Brasil foi descoberta recentemente no Vale do Jequitinhonha e será explorada já a partir do próximo ano pela mineradora Sigma.
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“Na comissão, chegamos ao diagnóstico de que a mineração precisa de um novo marco regulatório, que seja sustentável e responsável e não ameace vidas nem o meio ambiente, como aconteceu em Brumadinho e Mariana. Por isso, fomos ao Vale do Jequitinhonha, onde está sendo implementada uma planta de aproveitamento e processamento de lítio em que serão investidos mais de R$ 500 milhões”, explicou Zé Silva.
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O deputado apresentou este pedido junto com Petterson, que também faz parte da Comissão de Barragens da Câmara, os deputados estaduais Carlos Henrique (PRB) e Marquinhos Lemos (PT), e prefeitos de 17 cidades do Vale do Jequitinhonha, ao governo federal nessa sexta-feira (9), durante visita do secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Alexandre Vidigal de Oliveira, ao Vale do Jequitinhonha. O documento foi assinado por Oliveira e também por um representante do governo de Minas Gerais, mas também será apresentado por Zé Silva ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na próxima semana.
Veja a íntegra do “Manifesto do Vale”
O deputado explicou que a ideia é garantir a construção de um compromisso para que a região do Vale do Jequitinhonha seja minerada através de práticas sustentáveis e responsáveis, como as que determinam as leis aprovadas pela Comissão de Barragens da Câmara, que aguardam a apreciação do Senado para serem promulgadas. Espera-se, por exemplo, que os dejetos da mineração não sejam depositados em barragens como as de Brumadinho e Minas Gerais. A ideia é que os dejetos sejam empilhados a seco e que 90% da água usada na mineração seja tratada para ser devolvida à natureza
PublicidadeAlém disso, pede-se que o lítio retirado da região seja explorado no próprio Vale do Jequitinhonha, ao contrário do que acontece com o granito minerado na região atualmente, que é processado fora dali. Zé Silva explica que o Vale do Jequitinhonha é uma das regiões mais pobres de Minas Gerais, mas pode se desenvolver com a exploração responsável do lítio. “O lítio é o combustível do futuro, pois é a base das baterias dos nossos smartphones e dos carros elétricos”, explicou o deputado, lembrando que, se bem projetada, a mineração do lítio pode criar milhares de empregos em Minas Gerais, compensando os postos de trabalho que foram perdidos com os desastres das barragens de Brumadinho e Mariana.
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