Nomes ligados à oposição e, sobretudo, ao governo terão que prestar depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura a investigação de notícias falsas na internet. É que a CPMI das Fake News aprovou 67 requerimentos de convite e convocação nesta quarta-feira (23).
Foi aprovada, por exemplo, a convocação da deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) e do suplente do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Paulo Marinho; além do convite para que a ex-líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), e o ex-líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), falem sobre as estratégias de campanha virtual usadas nas eleições do ano passado.
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A votação dos requerimentos ocorreu de forma tumultuada no início da tarde desta quarta-feira (23), porque nem a oposição nem o governo aceitaram votar em um único bloco todos os requerimentos de convite e convocação. Com isso, parte dos requerimentos foi votada em bloco e outra parte começou a ser votada individualmente. A votação individual dos requerimentos, contudo, foi encerrada logo depois de o primeiro requerimento destacado pelo governo ser aprovado – o que solicita a convocação de Gleisi Hoffmann.
Presidente da CPMI das Fake News, o senador Angelo Coronel (PSD-BA) disse que encerrou a sessão por falta de quórum, afirmando que boa parte dos deputados e senadores deixaram a comissão para participar da sessão do Congresso e da cerimônia que conduziu Davi Alcolumbre interinamente à presidência da República. Parlamentares ligados ao governo, porém, reclamaram que a oposição deixou a sessão para adiar a votação dos outros requerimentos que foram destacados pelo governo. Entre eles, o que pede a convocação da ex-presidente Dilma Rousseff e do ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho.
Também ficou para ser votada na próxima sessão da CPMI das Fake News, contudo, a convocação do vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ). Membro da comissão, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) garantiu, por sua vez, que não tem medo que o irmão vá prestar depoimento sobre a campanha do PSL na eleição do ano passado. “A questão do Carlos aqui é usada como uma moeda de troca. Mas convocá-lo ou não para mim é um tanto indiferente. Se vier aqui, ele vai falar muitas verdades, como sempre”, disse o novo líder do PSL na Câmara.
Mesmo assim, a oposição saiu da sessão com a sensação de vitória. É que, apesar de ter aprovado requerimentos como os que pedem a convocação de Gleisi e de representantes de jornais da esquerda como o Brasil de Fato, o governo foi o menor beneficiado pelos 67 requerimentos aprovados nesta quarta-feira. Afinal, 46 desses requerimentos foram apresentados apenas pelo PT.
Entre eles, também estão os requerimentos que pedem a convocação do assessor do presidente Jair Bolsonaro, Tércio Arnaud Tomaz; do secretário especial de Comunicação Social da Presidência, Fábio Wajngarten; do assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Filipe Martins; do empresário e dono da rede Havan, Luciano Hang; e do jornalista Allan Santos, do Terça Livre. Também foi aprovado um convite para que o ex-ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, preste depoimento.
“É derrota atrás de derrota do governo e seus aliados aqui na CPI das Fake News. Hoje, eles queriam votar a pauta em bloco e acabaram de perder. Eles tremem com receio de ex-parceiros como Joice e Frota contarem o que sabem sobre a máquina suja de informação falsa bolsonarista”, comemorou o senador Humberto Costa (PT-PE).
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