Os partidos DEM, PSD e PP ganharam protagonismo nas eleições municipais de 2020. O DEM, que em 2016 conseguiu apenas a prefeitura de Salvador (BA) dentre as capitais, elegeu, já no primeiro turno, Rafael Greca em Curitiba (PR), Gean Loureiro em Florianópolis (SC) e Bruno Reis em Salvador.
A sigla foi ainda para o segundo turno no Rio de Janeiro, onde Eduardo Paes (DEM) enfrenta Marcelo Crivella (Republicanos), e pode ganhar a eleição no Macapá (AP), cuja disputa foi adiada para dezembro. Lá, o partido concorre com Josiel Alcolumbre, irmão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Esquecido durante a primeira década dos anos 2000 e com atuação de linha auxiliar do PSDB, o DEM voltou a ganhar relevância em 2016, quando Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi eleito pela primeira vez presidente da Câmara e o partido conseguiu emplacar ministérios no governo de Michel Temer (MDB).
Em 2019 a sigla conseguiu a presidência do Senado e manteve participações na Esplanada dos Ministérios no governo de Jair Bolsonaro.
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Em entrevista coletiva à imprensa baiana nesse domingo (15), o atual prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto, comentou sobre a eleição de seu afiliado político.
“Eu tô feliz pra porra”, disse em tom de brincadeira conforme registrado pelo jornal A Tarde. “Me preocupei em deixar um mandato que não se sustentasse por apenas oito anos e sim que fossem conquistas definitivas para nossa cidade e tenho certeza que Bruno está preparado para dar continuidade para tudo que construímos nesses oito anos e para ser o líder da construção do nosso futuro. É o mais preparado de todos e estou orgulhoso demais de você, de Ana [Paula Matos, do PDT, vice-prefeita eleita] e da nossa cidade.”
O presidente do DEM evitou falar sobre seu futuro na política. “Até dia 31 de dezembro ainda tenho muito trabalho pela frente, muita entrega. A partir do dia 1º irei me reservar. Quero descansar”, disse.
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PSDB é líder de votos nos grandes centros, mas diminui
O PSDB saiu das urnas como uma das legendas mais votadas. A sigla obteve mais de 10,6 milhões de votos para os candidatos a prefeito.
Os tucanos Álvaro Dias e Cinthia Ribeiro se reelegeram nesse domingo para as prefeituras de Natal (RN) e Palmas (TO) respectivamente. Dias foi eleito vice-prefeito de Natal em 2016 e assumiu o Executivo quando Carlos Eduardo (PDT) renunciou para disputar o governo do estado em 2018.
“Somos o maior vencedor nos centros urbanos, com duas capitais e oito dos municípios com mais de 200 mil eleitores conquistados no primeiro turno. São eles: Palmas, Natal, São Bernardo do Campo, Santo André, Santos, Jundiaí, Carapicuíba, Barueri e Caruaru (10 das 96 cidades mais importantes do país)”, afirmou o partido por meio de nota.
No maior colégio eleitoral do país, São Paulo (SP), Bruno Covas (PSDB) disputa o segundo turno com Guilherme Boulos (Psol).
A legenda também disputa o segundo turno nas capitais Porto Velho (RO) e Teresina (PI) e em 11 grandes centros – Ribeirão Preto (SP), Caxias do Sul (RS), Mogi das Cruzes (SP), Vila Velha (ES), Piracicaba (SP), São Vicente (SP), Pelotas (RS), Praia Grande (SP), Taboão da Serra (SP), Governador Valadares (MG) e Santa Maria (RS).
Apesar dos bons resultados nessas cidades, o PSDB amargou uma derrota em Porto Alegre (RS), onde Nelson Marchezan Júnior ficou fora do segundo turno e se tornou o único candidato a reeleição em uma capital que perdeu no primeiro turno neste ano.
O partido vai ficar com menos capitais do que 2016, quando o PSDB elegeu prefeitos em sete delas: São Paulo, Porto Alegre, Teresina (PI), Maceió (AL), Belém (PA), Palmas (TO) e Manaus (AM).
Se obtiver sucesso no segundo turno em São Paulo, Teresina e Porto Velho, o partido vai ficar com cinco capitais, duas a menos do que em 2016.
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PP e PSD ameaçam MDB
De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o MDB é o maior partido em número de prefeitos eleitos no primeiro turno (766), seguido do PP (666), PSD (631), PSDB (486) e DEM (450).
Embora seja o partido com maior número de prefeitos, o MDB perdeu espaço para DEM e PSD em 2020 na comparação com 2016.
O líder do governo na Câmara e tesoureiro nacional do PP, Ricardo Barros (PR), comemorou nas redes sociais os votos conquistados pelo partido. O deputado disse ao Congresso em Foco que o resultado impulsiona o PP como um dos maiores partidos do cenário nacional.
Progressistas elegeram o segundo maior número de prefeitos e vereadores do Brasil. Parabéns senador Ciro Nogueira nosso presidente nacional e todas as nossas lideranças. pic.twitter.com/Myn7m2sMPX
— Ricardo Barros (@RicardoBarrosPP) November 16, 2020
O PSD conseguiu eleger em primeiro turno Marquinhos Trad prefeito de Campo Grande (MS) e Alexandre Kalil prefeito de Belo Horizonte (MG). O partido também pode levar a prefeitura de Goiânia (GO), onde o senador Vanderlan Cardoso concorre no segundo turno contra Maguito Vilela (MDB).
A legenda foi criada em 2011 pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que abriu uma dissidência no DEM para ser parte da base de apoio da então presidente Dilma Rousseff (PT). A ideia inicial era que o partido fosse uma alternativa ao MDB e atuasse como um fiador da governabilidade.
O resultado mais visível do partido nestas eleições foi em Belo Horizonte (MG), onde Alexandre Kalil foi reeleito com mais de 60% dos votos válidos. Aliados já veem o prefeito como um nome forte para concorrer ao governo de Minas Gerais, cargo hoje ocupado por Romeu Zema (Novo).
“Kalil, claro, sai como um nome forte para o governo de Minas. A escolha é dele, mas é cedo para essas articulações, acho que temos muita coisa para avaliar. Eu vejo o PSD como partido que mais despontou nessa eleição. A legenda que de fato vai se tornar uma das mais fortes para a política brasileira”, disse o senador Carlos Viana (PSD-MG) ao Congresso em Foco.
“Em Minas com certeza estamos nesse caminho de nos tornarmos um dos maiores partidos no estado. Vários prefeitos eleitos em outros partidos já manifestaram interesse de se juntar a nossa caminhada. 2021 será uma ano de realinhamento para as decisões estaduais e nacionais de 2022”, completou o senador.
O PSD cresceu politicamente em 2019 e filiou o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, e o senador Carlos Viana, ambos vindos do PHS, partido extinto pela cláusula de barreira. Antonio Anastasia saiu do PSDB no começo de 2020 para também se filiar ao PSD. Hoje o partido tem a segunda maior bancada da Senado (12), atrás apenas do MDB (13).
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