O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou neste sábado (23) o rompimento das relações diplomáticas com o governo de Iván Duque, da Colômbia, chamou o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, de “fantoche palhaço” e rejeitou as doações encaminhadas pelo Brasil para a fronteira entre os dois países.
Maduro disse que os cidadãos de seu país não precisam de nada enviado pelo governo brasileiro. “É o que digo a esse país, por exemplo. Mandei uma mensagem. Estamos dispostos, como sempre estivemos, a comprar todo arroz, todo leite em pó, toda a carne. Mas pagando. Não somos mau pagadores. Nem mendigos. Somos gente honrada que trabalha”, afirmou. “Trazer caminhões com leite em pó? Compro agora e pago agora. Querem trazer carne? Que venham para os mercados populares”, emendou em discurso para uma multidão em Caracas, no qual prometeu defender a Venezuela de intervenções estrangeiras.
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Veja o discurso de Maduro:
O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, que está na fronteira entre os dois países, informou nesta tarde que um dos dois caminhões que saíram de Boa Vista (RR) com mantimentos e remédios entrou em território venezuelano. O Brasil diz ter estoque de 200 toneladas de gêneros de primeira necessidade para entregar como ajuda humanitária.
O sábado foi marcado por confrontos nas fronteiras venezuelanas com o Brasil e a Colômbia, quando caminhões e manifestantes tentaram romper os bloqueios militares para entrar com a ajuda humanitária enviada pelos Estados Unidos, informa a Folha de S.Paulo. Três pessoas morreram em Santa Elena de Uairén (Venezuela), perto da fronteira com o Brasil, por disparos de armas de fogo, e outros 13 feridos foram transferidos para hospitais em Roraima, quatro com ferimentos à bala.
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Nicolás Maduro não aceita o envio de doações dos Estados Unidos, do Brasil e da Colômbia solicitadas por Guaidó, alegando que a medida é uma tentativa de interferência externa na política do país. “Estamos esperando pelo senhor fantoche palhaço, fantoche do imperialismo americano e mendigo”, disse o sucessor de Hugo Chávez, referindo-se à presença do líder oposicionista na cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela.
Ele também discursou contra o presidente norte-americano, Donald Trump, a quem acusa de estar por trás das manobras em seu país com o objetivo de destituí-lo do poder de olho nas reservas petrolíferas venezuelanas. “Escute bem, Donald Trump: jamais vou trair ao juramento que fiz ao comandante Chávez de defender a pátria.”
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Maduro deu prazo de 24 horas para as representações diplomáticas colombianas deixarem a Venezuela. “Parece que ele tem cachinhos, mas, eu diria ‘você é o diabo’. E você vai se arrepender de se meter com a Venezuela”, disparou contra Iván Duque, o presidente da Colômbia. A resposta do país vizinho veio por intermédio da vice-presidente Marta Lucía Rodríguez: “Nosso governo não indica embaixador para lá nem reconhecemos o embaixador de Maduro, pois seu mandato terminou no dia 9 de janeiro. É um simples ditador que ocupa por força o Miraflores [palácio presidencial].”
Quatro integrantes da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) são reféns de indígenas venezuelanos nas cercanias da cidade de Santa Elena, na fronteira com o Brasil. Eles foram sequestrados depois que duas pessoas da etnia Pemon foram mortas ao tentar impedir o bloqueio militar à chegada de ajuda internacional. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, a tenente Grecia Del Valle Roque Castillo, uma das sequestradas, faz um apelo ao presidente Nicolás Maduro e ao ministro da Defesa, Padrino López, para que impeçam atos de violência contra os indígenas.
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Por que Brasil não abre espaço para negociar com Maduro vendas de alimentos, remédios, produtos de higiene e outros itens necessários à sobrevivência daquele povo. Por quê?